Após o término da Fase Um do UCM, estava na hora de seguir em frente com os rescaldos de Os Vingadores. Homem de Ferro 3 acaba por ser um filme que fala exatamente sobre isso, seguir em frente, trauma, e é incrível como tudo se encaixa tão bem após a batalha de Long Island.
Apesar de muitos insistirem que esse é um dos filmes mais fracos da cronologia, seria esse um longa-metragem meramente subestimado?
O trauma de Tony Stark

Com o fim do confronto de Nova Iorque, o mundo parece ter seguido em frente adorando os Vingadores, mas Tony Stark não. O gênio bilionário desenvolveu Estresse pós-traumático, ansiedade, insônia, e o resultado disso é uma isolação em sua oficina construindo várias e várias armaduras.
Mas o mundo não espera por Stark. Um terrorista conhecido como Mandarim está ameaçando o governo, além de velhos fantasmas do passado de Tony voltarem para assombrá-lo, nesse caso, Aldrich Killian e Maya Hansen.
Ao longo do filme, Tony acaba em um exílio após ter sua mansão aparentemente destruída pelos homens de Mandarim. Com o tempo ele descobre as verdadeiras intenções de quem está por trás de tudo isso, e mais uma vez seu velho eu acaba por ser seu maior inimigo por criar “demônios”, capazes de voltarem para destruí-lo.
A história dá ênfase para a identidade de Tony Stark, que está passando por essa crise de identidade misturada com trauma após os eventos de Vingadores. A narrativa se constrói em volta da cabeça do personagem, temos um vilão que usa dos debilitados, deficientes, para criar meta-humanos através da pesquisa de uma antiga amante de Tony, Maya.
Ambos os personagens Aldrich Killian (que acaba por se revelar o verdadeiro vilão da trama por trás de tudo inclusive do próprio Mandarim), e Maya Hansen, nunca superaram Tony Stark.
Por conta da natureza mais humana e emocional do longa, Tony passa muito tempo sem sua armadura. Temos sequências inteiras do personagem enfrentando ameaças, e situações apenas com sua inteligência, esperteza, destreza. O roteiro acaba por respeitar bastante o personagem de Tony Stark na totalidade, do mecânico, até o terno, até o Homem de Ferro.
Foco no que importa

Diferente de seu antecessor, Homem de Ferro 2, que tinha o compromisso de apresentar vários personagens e elementos do Universo Marvel. Homem de Ferro 3 tem muito mais liberdades, podendo contar sua própria história isolada de tudo. Aqui não há S.H.I.E.L.D., Vingadores, adaptações maquiavélicas de velhos vilões.
Na verdade, o filme brinca com a velha fórmula Marvel tão usada na Fase Um de modernizar vilões dos quadrinhos. O próprio Mandarim é inicialmente introduzido como esse terrorista tirado da cultura chinesa, para paquistanesa, uma ameaça global que representa perigo até para o próprio presidente.
Mas ele se revela apenas um ator criado por Aldrich Killian para seus próprios fins. Essa revelação é algo que mais dá nos nervos dos fãs da Marvel, apesar de, no fim das contas, ser uma jogada de gênio que combina com toda a natureza autoral do filme.
A trilha sonora continua fantástica, com muitas músicas de rock clássicas já conhecidas. Apesar de que aqui as orquestras são mais presentes.
Veredito
Homem de Ferro 3 é uma joia entre tantos filmes da Marvel durante esse período em específico. Há um estudo de Tony Stark, que nos coloca na psique conturbada, complexa e desesperada do herói após Nova Iorque. A direção não deixa a desejar, criando uma identidade única para o longa, até mesmo sua cena pós-créditos não tem relação alguma com filmes futuros da Marvel. Esse é um filme de Tony Stark, e sem Tony Stark não há Homem de Ferro, nós sabemos quem ele é.