Dirigido por Pablo Larraín, Spencer foi lançado recentemente e já está dando o que falar. O longa, está sendo uma grande aposta para a temporada de premiações, com grande destaque para a atuação de Kristen Stewart.
O filme, se assume como uma fábula e narra o que poderia ter acontecido nos últimos dias do casamento da Princesa Diana (Kristen Stewart) com o Príncipe Charles (Jack Farthing). Mesmo com o casamento instável, Diana é obrigada a passar o Natal com a família real em uma propriedade afastada. Incomodada com as inúmeras regras e as aparências que devem ser mantidas, ela entra em uma intensa crise.
As escolhas de Spencer
Spencer é, acima de tudo, cativante. A estética nos deixa maravilhados desde a primeira cena, como acontece em Jackie, também de Pablo Larraín. A fotografia de Claire Mathon traz uma linda entonação para as cores, deixando o filme extremamente agradável aos olhos.
Existe um nítido cuidado com os ambientes e o figurino. A produção se mostra bastante refinada e, de fato, ajuda a nos transportar para a época, com essas pessoas e tamanha classe.
É notável a forma com que a trilha musical se posiciona. Afinal, ela não está ali apenas por estar, mas torna-se um fator contribuinte para a nossa imersão em muitos momentos. Assim, temos noção do que esses momentos podem representar.
É interessante a escolha de fazer um recorte da vida de Princesa Diana. O filme não se assume como uma cinebiografia já desgastada ou como uma verdade absoluta. É um retrato, com fatos e suposições.
A câmera se move lentamente e conseguimos acompanhar a rotina dela com muita tranquilidade. Nesse sentido, temos uma história bem intimista e sensível, então, é importante nos sentirmos junto com a protagonista. No entanto, há momentos em que a lentidão proposital quebra um pouco o ritmo.
A representação da Princesa Diana
Se você não conhece absolutamente nada sobre Diana Frances Spencer, é bom fazer uma breve pesquisa antes de assistir ao filme. Essa foi uma figura de extrema autenticidade que, infelizmente, sofreu no meio em que estava inserida.
É impressionante como em tão pouco tempo de filme, conseguimos entender quem era essa figura. Temos noção de muitos dos fatores que a assolavam tanto; e é por isso que estamos sempre tão próximos de Diana, conseguimos sentir sua angústia e seu silêncio ensurdecedor.
Kristen Stewart vive Diana. Quando comparamos com materiais reais da própria, notamos os trejeitos que a atriz adquiriu, ou seja: a postura, o olhar e a serenidade na voz. Como o filme está falando o tempo todo sobre o anseio pela libertação, há momentos para Stewart brilhar.
A Princesa Diana possuía uma aura única. E o filme, não apenas mostra os momentos aflitivos, mas também, os momentos leves e descontraídos. Dessa forma, é ótimo vê-la sorrindo e sendo brincalhona, afinal, você se importa com ela. Isso acontece, principalmente, devido a Kristen, que nesses momentos, consegue ser sutil.
Portanto, Spencer acaba por ser uma experiência de apreciação e imersão que, mesmo com pouco, nos apresenta muito e nos envolve na proposta. É um filme com boas ideias, que retrata uma grande figura e possui uma grande interpretação.
