Primordialmente, pode-se dizer que o Capitão América existiu na Marvel antes mesmo da Marvel existir. Uma afirmação ousada, complexa, mas real. Inventado como uma propaganda dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, o Capitão América deixou de ser uma personificação do patriotismo na guerra, para um verdadeiro herói dos quadrinhos da Marvel.
Desse modo, após uma turbulenta iniciação de Thor no Universo Cinematográfico Marvel, havia chegado a vez de seu Primeiro Vingador.
Ritmo agradável

Capitão América: O Primeiro Vingador é aquele tipo de filme que prende você logo nos primeiros minutos. Apresentando o seu vilão, Caveira Vermelha, que está em uma busca pelo oculto artefato Tessereact.
Conseguindo-o em uma pequena aldeia na Noruega. O vilão usa o Tessereact para abastecer as armas de destruição de sua divisão nazista, a H.Y.D.R.A., ficando com uma sede de poder maior do que a de Hitler.
Analogamente, o jovem Steve Rogers tenta incessantemente se alistar no exército dos Estados Unidos, servir ao seu país, mas é sempre rejeitado por seus problemas de saúde e porte físico inadequado.
Um dia isso muda, quando em uma feira científica, Rogers é abordado por Abraham Erskine, um cientista alemão que desertou e começou a ajudar o exército americano.
Provando-se digno do programa de Erskine, que desenvolveu um super-soro que aumenta as capacidades humanas, Rogers se torna o Capitão América e ajuda a derrubar a H.Y.D.R.A. com o que mais tarde viria a se tornar a S.H.I.E.L.D..
Claro que tudo isso acima é um mero resumo da narrativa. Personagens possuem núcleos muito interessantes, além de um protagonista relacionável. Um longa que consegue adaptar vários elementos dos quadrinhos igualmente de forma satisfatória para fãs mais ácidos do personagem, ou audiências casuais.
Um filme que se perde?

Ao contrário do primeiro ato de tirar o fôlego, sendo energético, mas, em simultâneo, gentil na forma de inserir o espectador na trama proposta, Capitão América: O Primeiro Vingador acaba por apressar demais sua história do meio para o fim.
Dessa forma, o filme não consegue lidar com alguns dos elementos que a história apresenta. A sequência do Capitão América e o Comando Selvagem parecem ser a prova disso, com uma grande passagem de tempo rasa, desinteressante e que poderia ter sido aproveitada para um melhor uso dos arcos dos personagens.
Similarmente, temos alguns muito bons. Peggy Carter, interesse amoroso de Rogers, uma mulher britânica forte e com muito carisma que supervisiona seu treinamento. Bucky Barnes, melhor amigo de Steve, a razão para ele desobedecer ordens e salvar de um cativeiro. Além de muitos outros.
Como resultado, você sente que a relação entre esses personagens funciona corretamente, mas fica com um gostinho de quero mais. Além dos personagens, vários outros elementos da história tem o potencial de serem muito mais.
A mitologia do Capitão América, e da Marvel em si, é grande demais para este filme. Mas ele sabe trabalhar com o que lhe é proposto.
Ainda assim, quando falamos da ação, este é um filme que não decepciona. Com lutas bem coreografadas, efeitos visuais impressionantes, uma trilha sonora inspiradora e de proporções épicas. Sabemos que a Marvel não economiza quando se trata de emergir seu público no calor do momento, ou, nesse caso, no calor da batalha.
Conclusão
Capitão América: O Primeiro Vingador é um bom filme. Não excelente, ou excepcional, mas que consegue estabelecer o personagem como um dos heróis-chave nos eventos que se desenrolariam nos próximos anos. Apesar disso, fica óbvio que ele poderia ter sido muito mais do que realmente foi.
Você pode assistir ao filme completo no Disney+.





