Dizem que existe uma maldição com os filmes do Thor que só foi quebrada com Thor: Ragnarok em 2017. Tal superstição ganhou certa notoriedade com Thor: O Mundo Sombrio, sequência para o filme de 2011, e a segunda história solo do Deus do Trovão.
Esse filme é creditado como a pior aventura do Universo Cinematográfico Marvel. As razões são várias, mas será que essas afirmações são mesmo verídicas, ou apenas exageros coletivos criados através da palavra maior do mainstream?
O vilão

Um dos principais motivos de crítica do filme é seu vilão, Malekith. Interpretado por Christopher Eccleston, Malekith é o Rei dos Elfos Negros. Com o poder de uma Joia do Infinito, a Joia da Realidade, que Malekith apelidou de Aether, ele conquistou vários dos Nove Reinos. Mas encontrou sua derrota por Bor, pai de Odin, que trouxe a vitória para Asgard, mas a desgraça para o povo de Malekith.
Agora ele retorna, pretendendo recuperar o Aether e trazer a escuridão de volta para o universo. Mas ele não esperava que Jane Foster, amada de Thor e cientista, absorvesse a matéria da Joia da Realidade, e agora os caminhos dos Elfos Negros e de Asgard se cruzam.
Malekith é aquela categoria de vilão que o filme quer que você tema a todo custo. E isso significa que constantemente ele irá entregar longas e massantes cenas de explicação rasa. Os conceitos apresentados acerca do personagem são interessantes, mas se o longa se preocupasse em mostrar mais como isso engloba suas ações e mais importante, sua personalidade, nosso ódio por ele teria mais força.
Mas o vilão se mostra bastante desinteressante e previsível no que procura fazer, e como procura agir. No geral é alguém que você só quer que morra para que a história se consuma, do que alguém que você quer que morra porque o odeia.
Loki, o salvador

Por mais que o filme tente ser mais abrangente do que seu antecessor em termos de como conta sua história, isso só faz dela mais entendiante e até confusa às vezes. Há vários núcleos de personagens que se conectam, Thor e Jane em Asgard, Odin e sua arrogância perante a invasão de Malekith, que resulta na morte da mãe de Thor, Erik Selvig e seu entendimento dos Nove Reinos.
A tentativa é bem-vinda, mas sua execução nem tanto. Uma das únicas partes da história que talvez realmente exiba essa natureza mais expansionista e ousada, seja na fuga de Thor, Loki, Jane e seus amigos de Asgard já que Odin jamais permitira uma invasão pessoal de seus filhos. E falando em Loki, ele continua sendo a melhor coisa do filme.
A atuação de Tom Hiddleston está fantástica aqui. Enquanto em Vingadores Loki era mais um vilão direto e clichê, onde o roteiro se aproveitava de seu sangue Asgardiano para criar uma natureza altamente vilanesca e maquiavélica, aqui vemos um Deus da Mentira mais “humano”. Demonstrando ódio, amor, tristeza genuína na morte de sua mãe, e uma ótima interação com Thor nas cenas em que são obrigados a trabalharem juntos.
Pelo menos os efeitos visuais representam a magia e a fantasia dos Nove Reinos de forma bastante criativa. A trilha sonora se mantém fiel ao estilo mais épico do Deus do Trovão, além de uma direção interessante em certos momentos que compreende as cores do quadro que compõem as histórias de Thor.
Veredito
Assistir Thor: O Mundo Sombrio é como ser servido uma sopa de aparência agradável, mas um gosto ruim. Sua apresentação de ficção científica é interessante, o ritmo da história não, o vilão é fraco, mas o uso dos Nove Reinos é efetivo.
Não é o pior que o UCM tem a oferecer, mas está longe de se adequar aos padrões de um filme divertido desse universo, e mais importante de tudo, como um filme que faz justiça ao Deus do Trovão. Infelizmente Thor ficaria alguns anos sem receber um longa-metragem realmente bom nos cinemas.
Você pode assistir ao filme completo no Disney+.





