Dirigido por Francis Ford Coppola, O Poderoso Chefão Parte III finaliza essa trilogia, quase duas décadas depois do segundo filme. Em 2020, quando completou 30 anos de lançamento, Coppola fez um novo corte para o filme e relançou nos cinemas, o deixando mais enxuto e realizando algumas alterações na história. Essa versão mais recente está disponível no catálogo do HBO Max e é a que estaremos discorrendo.
Nesse encerramento, Michael Corleone (Al Pacino) está envelhecendo e, com a ajuda do sobrinho Vincent (Andy García), busca a legitimação dos interesses da família. Contudo, decisões difíceis deverão ser tomadas e mais consequências virão à tona.
Os problemas de O Poderoso Chefão 3

Se os dois filmes anteriores tinham destaque positivo nas atuações, esse destaca-se negativamente. Primeiro, Sofia Coppola está dormindo em cena. Com uma clara inexperiência, ela não nos cativa ou sequer entrega alguma emoção. Então, com uma atriz mais competente, de repente, poderíamos nos importar mais com Mary; porém, ela está completamente deslocada.
Enquanto Andy García, mesmo que se esforce para trazer energia ao papel e remeter ao Sonny, soa muito forçado na maior parte do tempo. É vergonhoso quando temos Mary e Vincent juntos em cena, além da estranha conexão amorosa desses personagens.
Chegamos em um ponto desse universo, em que quase todos os bons personagens já morreram. O tempo desgastou o restante e, por mais que isso seja proposital dentro da história, o filme em si soa exausto e certamente poderia ser mais curto.
Se as obras anteriores se mostravam tão competentes a ponto de não ligarmos para a duração, esse é o total oposto. Mesmo com o novo corte, o filme ainda sim é questionável em alguns momentos e até repetitivo. Nesse sentido, o brilhantismo é de extrema pontualidade e desejamos para que acabe logo.
A triste e inevitável conclusão

Mas, é claro que: quando o filme acerta, são grandes acertos. Finalmente temos mais destaque para a Connie e a ótima Talia Shire, com essa figura tendo um papel mais ativo na trama. Além disso, a violência mostrada, talvez seja, a melhor dentre os três filmes; sendo visualmente mais impactante e causando incômodo. A própria fotografia, trazendo tons avermelhados, é primorosa.
Em relação à conclusão da jornada de Michael, nesse filme é onde melhor podemos distinguir a figura de poder de Vito e a de Michael. Nosso protagonista está arrependido, questionando todas as suas atitudes e ansiando por um final feliz. De certa forma, é agradável vermos que ele enfim está tentando se reconstruir e abandonar todos esses anos de vez.
Contudo, a história nunca seguiu pelo caminho feliz e, aqui, não seria diferente. Assim, a tragédia final derruba absolutamete qualquer um. Al Pacino: um ator que só melhora a cada filme, nos conquistando com sua forte presença e tocando profundamente com seu grito silencioso. Isso é um ator. O fim do personagem não poderia ser outro, tendo uma longa vida solitária e sempre se lembrando para onde suas atitudes o levaram e todos ao seu redor.
Portanto, O Poderoso Chefão Parte III está abaixo do que vínhamos acompanhando. Mas, é claro que a grande conclusão do que estava sendo construído há tanto tempo é satisfatória e melancólica. Mesmo deixando a desejar em alguns aspectos, é excelente em outros.





