Sendo um gênero não muito popular no Brasil, as obras mais conhecidas e prestigiadas no país que abordam distopia são 1984 e A Revolução dos Bichos, ambos de George Orwell. Por isso separamos algumas obras do gênero não tão conhecidas no país mas que devem ler lidas pelos interessados em distopias. As obras a seguir são para além do entretenimento, são para refletir sobre os acontecimentos atuais no Brasil e em outros lugares.
A Revolta de Atlas – Ayn Rand
A Revolta de Altas se passa em um Estados Unidos tomado pela extrema-esquerda, onde magnatas e mentes criativas desaparecem sem deixar pistas e tem suas propriedades tomadas pelo Estado. Essa greve de cérebros motivada por um Estado improdutivo à beira da ruína vai cobrar um preço muito alto, levando todos ao colapso. E apenas um grupo de pessoas muito inteligentes podem para essa máquina. O livro tem a premissa de que cada indivíduo é responsável por suas ações e por buscar a liberdade e a felicidade como valores supremos.
Não Verás País Nenhum – Ignácio Brandão
Não Verás País Nenhum narra a história do personagem Souza, que vive num Brasil distópico com escassez de água e comida, altos níveis de poluição e controlado pelo Esquema, um regime ditatorial violento que proíbe qualquer manifestação de liberdade.
Admirável Mundo Novo – Aldous Huxley
Admirável Mundo Novo conta a história de uma sociedade inteiramente organizada segundo princípios científicos, na qual a mera menção das antiquadas palavras “pai” e “mãe” produzem repugnância. Um mundo de pessoas programadas em laboratório, e adestradas para cumprir seu papel numa sociedade de castas biologicamente definidas já no nascimento. Um universo que louva o avanço da técnica, a linha de montagem, a produção em série, a uniformidade, e que idolatra Henry Ford.
Trilogia O Ceifador – Neal Shusterman
Em O Ceifador a humanidade venceu todas as barreiras: fome, doenças, guerras, miséria… Até mesmo a morte. Agora os ceifadores são os únicos que podem pôr fim a uma vida, impedindo que o crescimento populacional vá além do limite. Citra e Rowan são adolescentes escolhidos como aprendizes de ceifador – um papel que nenhum dos dois quer desempenhar. Para receberem o anel e o manto da Ceifa, os adolescentes precisam dominar a “arte” da coleta, ou seja, precisam aprender a matar. Porém, se falharem em sua missão, podem colocar a própria vida em risco.
Vox – Christina Dalcher
Na trama de Vox o governo decreta que as mulheres só podem falar 100 palavras por dia. A Dra. Jean McClellan, personagem principal, não consegue acreditar nisso.
Em pouco tempo, as mulheres também são impedidas de trabalhar e os professores não ensinam mais as meninas a ler e escrever. Antes, cada pessoa falava em média 16 mil palavras por dia, mas agora as mulheres só têm 100 palavras para se fazer ouvir. Lutando por si mesma, sua filha e todas as mulheres silenciadas, Jean vai reivindicar sua voz.
Nós – Ievgueni Zamiatin
Em Nós somos apresentados a um governo totalitário chamado Estado Único que, supostamente pelo bem da sociedade, privou a população de vários direitos fundamentais. Um mundo completamente mecanizado e lógico, onde as pessoas não possuem nomes, mas sim números, e o Estado dita os horários de trabalho, de lazer, de refeições e até de sexo.
A trama traz a história de D-503, um engenheiro que vive pleno e feliz (exatamente como ordena o grandioso Estado Único), mas começa a duvidar das próprias convicções ao conhecer uma misteriosa mulher que comete a ousadia de burlar regras, e que o contamina com a doença chamada imaginação.
Este livro é um alerta. É um lembrete do valor daquilo que temos, e de que, às vezes, pressupomos que aquilo que valorizamos esteja garantido.
Neil Gaiman em Introdução de Fahrenheit 451