O filme do manipulador de bonecos, escritor e diretor Jesse Blanchard finalmente chegou ao Brasil através do canal de streaming Wurlak, que armazenou os longas que fizeram parte da décima e sétima edição do Fantaspoa. O evento nacional de cinema fantástico (fantasia, ficção-científica, horror e thriller) da América Latina, acontece anualmente em Porto Alegre – RS.
O filme, cujo elenco é todo de fantoches, conta uma história de horror e fantasia. No longa, um castelo surgiu no meio do nada e liberou um monstro terrível chamado Moroi. Logo, o povoado vizinho do castelo se reuniu para invocar o Senhor da Guera, que lhes deu armas conjuradas para matar o inimigo. No entanto Moroi os amaldiçoou com uma orgia de sangue que mataria a todos os moradores do povoado, assim que a linhagem real acabasse.
Com a morte do Moroi, o castelo passou a ser habitado pelo simpático zumbi Zed e o cadáver reanimado Frank. Os dois monstros, que são inimigos mas dependem um do outro para sobreviver, vivem isolados, com rotinas que aparentemente seriam iguais para sempre. Até que um magistrado, com fome de poder, engana o povoado e os influência à atacar o castelo solitário e assim tentar acabar com a maldição do monstro Moroi.
A animação, embora tenha uma história bastante clichê, é bastante divertida do início ao fim. Os personagens são carismáticos e atraem a atenção do espectador logo nas primeiras cenas em que aparecem, com a ajuda de alguns alívios cômicos e do gore que se instala durante todo o decorrer da trama. O filme não fica cansativo, nem deixa de ser interessante em momento algum.
O ótimo trabalho de dublagem e trilha sonora, acrescentam positivamente para a qualidade do filme. O trabalho de edição sonora está impecável e é importante para dar vida aos bonecos, que contam com a excelente produção e efeitos práticos de “cair o queixo”, já que se tratam de fantoches. Toda as construções da vila são feitas a mão, tal como a iluminação, sombras, sangue, fumaças, etc. Os seis anos que levaram para a produção, foram justificados pela qualidade apresentada.
Apesar do ritmo ser bastante empolgante e não cansar durante o filme, Frank and Zed tem um pequeno problema no último ato, já que as coisas acontecem no mesmo cenário o que acaba por sufocar o espectador. São muitos personagens juntos na cena mais “trash e gore” do filme, o que é de fato bastante divertido, mas incomoda um pouquinho por ficar muito tempo no mesmo ambiente. Apesar do desconforto, isso não diminui o prazer em assistir a este longa de aproximadamente 1 hora e 30 minutos, de puro sangue e bizarrice.