Sem dúvidas, o pintor americano Andy Warhol causou um grande impacto à cultura pop. Quem nunca viu os icônicos quadros de Marilyn Monroe em cores vibrantes reunidos como um painel? Ou ouviu falar das palavrinhas Pop Art?
Como um dos maiores nomes da arte moderna, foi inevitável que a coleção Little People, Big Dreams da editora Frances Lincoln Children’s Books não o fizesse como tema de uma de suas edições. A coleção, cujo objetivo é apresentar personalidades famosas aos jovens leitores, produziu uma edição recheada de cores intensas que nos cativam desde o primeiro olhar.
Como sempre, a escritora Maria Isabel Sánchez Vegara, faz um trabalho incrível ao introduzir Andy Warhol como um personagem qualquer. Em poucas páginas, assistimos o menino pálido Warholas crescer e mostrar a todos o poder de sua arte na representação do mundo. Mesmo com o tempo limitado, é o suficiente para demonstrar o de sempre: os gênios nem sempre foram compreendidos, e muitas vezes tomaram caminhos difíceis para carregarem o legado dos dias de hoje. De fato, uma lição muito positiva para as crianças, que aprendem que ser diferente não é coisa de outro mundo.
O livro infantil usa uma linguagem bem fácil de ser compreendida, e dinâmica também, já que utiliza vários sinais de pontuação, o que ajuda a dar um “tom” para a história. Além de ensinar ao seu público a importância dos sinais na narração.
Of course it could! It was ‘Pop Art’ — the art of all — and soon, Andy was its king. Bottles, bills, famous faces… he produced hundreds of copies of the same pictures, and made each one unique with his interesting perspective and bright colors.
Tradução: Claro que podia! Era “Pop Art” — a arte de tudo — e logo, Andy seria seu rei. Garrafas, contas, rostos famosos… ele produziu centenas de cópias das mesmas pinturas e fez cada uma única com sua perspectiva interessante e cores brilhantes.
Diferente das edições anteriores, como a de Hans Christian Andersen e RuPaul, a obra Andy Warhol recorre a ilustrações muito mais geométricas e menos elaboradas, também temos dessa vez cores que preenchem as páginas totalmente, tudo bem chamativo. É um aspecto negativo? Claro que não! Além de homenagear a pessoa que nomeia o título, fica bem fácil para qualquer um se sentir atraído pela história e as representações.
Porém, talvez fosse mais interessante repensar a escolha de alguns tons utilizados, já que ao menos na versão digital, tendem a ganhar vivacidade em excesso, trazendo um aspecto “estourado” às páginas, prejudicando um pouco a leitura. Além disso, o texto do livro também é debilitado, já que comparado ao resto, se torna quase irrelevante. A fonte ocupa pouco espaço e não chama a atenção no conjunto geral. Levando em consideração de que o material tem como público alvo as crianças, esses aspectos devem ser pensados com bastante cuidado já que os pequenos podem esquecer da mensagem da obra, e focar somente na parte visual.
Mais uma vez, é sempre positivo reiterar a iniciativa nobre da editora, que em muitos casos é a responsável por fazer o primeiro contato das crianças com histórias gloriosas de pessoas que já partiram, mas ainda possuem um grande legado. Andy Warhol é doce, íntimo e ideal para todos aqueles que são curiosos por natureza.