Quando Tick, Tick… Boom! lançou, muitas pessoas não sabiam quem era a principal figura sendo retratada nesta cinebiografia, a conhecendo apenas neste momento. Jonathan Larson, o protagonista desta história e interpretado brilhantemente por Andrew Garfield, foi um artista conhecido por retratar determinados temas em suas peças, dos quais não eram bem vistos em sua época.
Mas, afinal, o que motivava ele? Como ele vivia? Qual foi seu impacto dentro do teatro musical? Hoje iremos lhe responder todas essas perguntas. Pois figuras como essa, merecem sempre ser prevalecidas.
O que Jonathan Larson fez?

Jonathan Larson nasceu em 4 de fevereiro de 1960 e foi exposto ao mundo da arte desde muito jovem. Ele passou sua juventude transitando entre clubes de teatro e aulas de música, estudando vários instrumentos e estrelando muitas de suas produções teatrais no ensino médio.
Além disso, ele ganhou uma bolsa de estudos na Universidade Adelphi. Na faculdade, destacou-se por seu talento como ator, escritor e compositor. Escrevendo alguns cabarés (entretenimento que inclui música, dança, comédia e peças teatrais curtas), ele abordava sobre: questões femininas, críticas à hipocrisia e intolerância da direita cristã americana, etc.
Após se formar em 1982, Larson ganhou seu primeiro cartão de ações, participando de um programa de teatro de ações de verão. Agora, sendo membro do Actors’ Equity Association, mudou-se para Nova York e se estabeleceu no Upper West Side, morando em um pequeno apartamento sem aquecimento e se virando como garçom no Moondance Diner.
Nesse tempo, ele desenvolveu um grupo próximo de amigos e, infelizmente, viu alguns deles falecerem de HIV/AIDS em seus 30 e poucos anos. Então, começou a escrever compulsivamente, gastando muitas horas de seus dias.
Em 1989, decidiu criar um musical autobiográfico sobre estar à beira dos 30 anos, intitulando 30/90 . O show representa sua vida naquele momento, detalhando suas frustrações com sua falta de sucesso, fracasso no amor e quando seu melhor amigo lhe disse que era HIV positivo.
Contudo, o musical teve sua exibição no no Second Stage Theater, onde recebeu reações mistas, significando que o show não seria produzido até depois de 1990; assim, Larson mudou o título do show para BoHo Days, baseando na vida de seu bairro.
No entanto, como o nome era sua criação e ninguém sabia o que significava, ele mudou o título mais uma vez, desta vez para Tick, Tick… Boom!.
Nesse tempo que seus amigos foram diagnosticados com AIDS, ele queria escrever algo menos pessoal, mas que abordasse a crise da AIDS de forma mais ampla. Coincidentemente, ele conheceu Billy Aronson, um roteirista com a ideia de criar uma atualização da comédia musical de La Bohème, ambientada no Upper West Side.
O surgimento de um fenômeno

Após o citado encontro, os dois começaram a trabalhar juntos. Porém, Larson sentiu que o cenário deveria mudar para o Lower East Side, já que ilustrava o impacto do HIV de forma mais direta. Dessa forma, se lá em La Bohème, os personagens são artistas pobres que lutam contra a pobreza, condições precárias e tuberculose; ele pensou que esses elementos poderiam ser adaptados para sua ideia.
Posteriormente, Larson e Aronson se separaram amigavelmente em 1991, com Larson assumindo todo o projeto e prosseguindo seu sonho de sua peça estar nos palcos. Assim, ele trabalhou por 7 anos no que se tornaria seu trabalho mais famoso: Rent.
Na noite anterior à estreia, ele foi para casa e colocou uma chaleira no fogo para fazer uma xícara de chá, da qual, nunca bebeu. Jonathan Larson morreu subitamente de uma aneurisma da aorta, tendo apenas 35 anos. O elenco e a equipe criativa da peça decidiram realizar o show no dia de sua morte, com a bênção de sua família. Para sua família, esse teria sido o melhor e o pior momento de suas vidas.
Nesse sentido, o que seria um musical de rock de um homem só, após sua morte, foi transformado em musical para três pessoas pelo dramaturgo David Auburn.
Larson estava à beira de um grande avanço na carreira, já que Rent teria ficado em cartaz na Broadway por 12 anos, ganhando vários prêmios e se tornando um fenômeno mundial. Seu talento artístico natural era grandioso e em seu curto tempo de composição, além de ter escrito inúmeras músicas, mudou o cenário do teatro musical para sempre.
Portanto, jamais podemos esquecer histórias como as de Jonathan Larson. Que lutou pelas coisas que acreditava, se esforçou para realizar seu sonho e, infelizmente, não esteve lá para ver isso. Essa é uma daquelas histórias inspiradoras, de fácil relação e que nos motiva a continuar persistindo, mesmo com as inconsistências da vida.




