Mais uma vez sob a direção de Francis Ford Coppola, O Poderoso Chefão Parte II é a sequência do tão atemporal primeiro filme. E, com isso, surgia a grande dúvida: será que depois de tamanha grandiosidade, conseguiriam fazer algo à altura ou até melhor?
Nessa continuação, Michael (Al Pacino) planeja fazer incursões em Las Vegas e Havana, instalando negócios ligados ao lazer. No entanto, ele descobre que aliados estão tentando matá-lo. Enquanto isso, acompanhamos a juventude do jovem Vito (Robert De Niro) e o início de sua ascenção.
O Poderoso Chefão 2 e a evolução desse mundo

Após o final tão sólido do primeiro filme, pensávamos que: o filme cumpriu sua proposta perfeitamente e funciona por si só, mas, uma sequência prosseguindo aqueles eventos seria tentadora. Nesse sentido, é gratificante ver os elementos desse universo já estabelecidos e novos conflitos surgindo.
Michael precisa de uma única resposta: Quem é o traidor? Assim, podemos aproveitar mais ainda a construção desse personagem, que nunca expõe seus pensamentos e estuda cada pessoa à sua volta. Al Pacino continua elegante e muito sincero em suas entregas dramáticas, captando todas as complexidades que compõem seu personagem.
Aqui se inicia o declínio de Michael Corleone, notamos como sua posição de poder passa a ter influência negativa em sua vida. Dessa forma, gradualmente vamos percebedo o quão triste está se tornando esse caminho que ele decidiu percorrer. Com mais foco na Kay e Fredo, também temos excelentes atuações de Diane Keaton e John Cazale, com momentos que eternizam o filme.
Por incrível que pareça, o filme consegue subir mais um degrau em relação ao primeiro. A consistência se mantém, mas conforme a história passa, os acontecimentos tem mais importância e ficamos mais tensos com o que pode acontecer. O final é arrasador e pensamos que não tem mais para onde ir, tudo de lamentável que poderia acontecer, acontece.
Um excelente prequel

Um filme com três horas e meia de duração não é fácil de assistir, exceto se for O Poderoso Chefão Parte II ou O Irlandês. Se você já gosta dos elementos desse mundo e se interessa pelo o que está por vir, a hora nem passa e pode-se notar como todo esse tempo é necessário para a construção da história.
Muito da duração se deve aos momentos que passeiam pela juventude de Vito. Essa é uma decisão extremamente acertada, afinal, conseguimos ter mais camadas de uma figura que já era completa por si só. É incrível poder presenciar sua trajetória desde o começo, mostrando aquilo que forma seus valores e como se tornou tão respeitado.
Após a interpretação tão icônica de Marlon Brando, parecia difícil ver outra pessoa interpretando esse papel. Contudo, Robert De Niro não fica para trás, ele até traz o mesmo estilo de voz; mas consegue trazer uma nova abordagem, agradável de início, que aos poucos se transforma naquilo que viríamos posteriormente. Sua interpretação é simpática e gera tensão, em simultâneo.
Portanto, O Poderoso Chefão Parte II, assim como seu antecessor, é uma obra-prima. O nível de qualidade cresce e, de repente, é até mais estimulante do que o primeiro. São pouquíssimas sequências que têm o poder de evoluir um clássico e, esse filme é uma delas.





