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Início » Críticas do CN42 » Críticas de Filmes » Crítica | Retratos Fantasmas (2023)

Crítica | Retratos Fantasmas (2023)

Karlos Eduardo Por Karlos Eduardo
14:11 ter, 07/11/2023
em Críticas de Filmes, Filmes
Tempo de leitura: 4 mins
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Divulgação / Vitrine Filmes

Divulgação / Vitrine Filmes

Dirigido por Kleber Mendonça Filho, Retratos Fantasmas chegou ao catálogo da Netflix na última quinta-feira (2). O documentário, que teve sua estreia na 76º edição do Festival de Cannes e na abertura do 51º Festival de Cinema de Gramado, foi o escolhido para representar o Brasil na categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar 2024.

A Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais veio a tomar esta decisão, sendo que, este ano, vinte e oito longas-metragens estavam inscritos e habilitados para competir na vaga. Após um extenso período de avaliações, o projeto ficou entre os seis favoritos, ganhando assim, o posto de favorito.

O documentário aborda a história do centro de Recife durante o século XX, que por meio das salas de cinema atraía a população e consequentemente tinha influência sobre suas vidas. Além disso, conta com fragmentos da vida do cineasta que vivenciou tudo isso. Existe cerca de 60% de material de arquivo, com fotografias e imagens em movimento recuperadas em acervo pessoal, na Cinemateca Brasileira, no Centro Técnico Audiovisual e na Fundação Joaquim Nabuco.

E já devemos antecipar: Kleber Mendonça Filho acertou mais uma vez!

Retratos Fantasmas e seu intimismo

Divulgação / Vitrine Filmes

Desde o primeiro instante, este se torna o projeto mais íntimo do cineasta. É claro que em sua filmografia, com Bacurau, Aquarius e O Som Ao Redor ele já havia abordado aspectos de suas origens; tanto em ambientação quanto nos próprios temas fortificantes. E, aqui, ele não busca exatamente explicar seus filmes, mas demonstrar a paixão que os rege. Dessa forma, o batimento cardíaco que vai ser responsável por bombear nossa conexão se deve a uma união bastante eficiente: narração e montagem. Conforme a experiência progride, esse se revela um dos melhores filmes de viagem no tempo sem viagem no tempo. Pois todos os contadores dessa história fazem o seu relato diretamente da época que o documentário aborda, que, para eles, é o presente.

A calma e conforto com que Kleber conta essa amplitude de histórias soa como se ele estivesse conversando com um amigo próximo. Ele estabelece, então, uma relação carregada de cumplicidade. Assim, o trabalho de pesquisa se mostra realmente fantástico, seja pela aquisição de conhecimento de coisas que talvez nunca soubéssemos, mas de como tudo isso é reunido. O tratamento bem polido dos registros são transpostos aos olhos com muito timing e fluidez, sendo um complemento visual calculado da narração e criando uma unidade. Uma brincadeira feita logo no início é quando existe toda a contextualização de uma casa e são jogadas cenas de O Som Ao Redor para encená-la. A montagem abraça o recorte do filme e traz outro significado, utilizando disto para benefício próprio.

Nesse sentido, outro elemento que o documentário evidencia é o contraste. Afinal, o diretor não passeia somente pela cultura e costumes que pavimentaram o local, mas por como existiu essa nítida degradação do que era tão perfeitamente idealizado no passado. Esse balanço bem executado se mostra necessário, pois o cineasta exige essa relação do espectador com a cidade de Recife. E ele mostra justamente a importância do registro como ferramenta histórica e narrativa. Visto que o filme rapidamente nos transporta para algo que nem sempre está próximos de nós. A seleção musical supimpa e seu encaixe, engloba outro fator que contribui para essa imersão.

Aquilo que o tempo não apaga

Divulgação / Vitrine Filmes

Os contextos históricos utilizados para pontuar o avanço da narrativa se mostram bem posicionados, deixando essa evolução natural. Então, acaba não se tratando exclusivamente de Kleber contar sua história, embora esses momentos sejam de fato emocionantes, mas como todos esses detalhes externos mágicos que o formaram como pessoa e profissional devem ser eternamente lembrados. Ele se mostra inserido em um contexto que é passivo, das marcas que pessoas ao seu redor deixaram, da época dourada em que viveu e desse lugar maravilhoso em que cresceu. Agora, isso faz parte de nós também.

Ele é brilhante em transmitir a sinergia do todo, fascinando em nos fazer sentir cada pedaço da cidade. Os cheiros, a sensação apaziguadora da casa, do melhor carnaval do mundo e daquela humanidade que só o brasileiro exala com tamanha intensidade. Desse modo, ele trabalha com inúmeras facetas em simultâneo e acaba por ser competente em todas. Isso vai desde à melancolia de um drama, a um bom humor da comédia e o assustador do horror. O conceito em si de cinema é intrínseco na trama, seja nos pôsteres, nos cinemas de rua da cidade e as suas particularidades. E justamente como isso unifica as pessoas e proporciona diferentes propósitos a elas.

Portanto, Retratos Fantasmas é a definição perfeita de nostalgia bem feita. Kleber Mendonça Filho prova que é o melhor cineasta brasileiro em atividade. Ele sempre se mostrou um apaixonado por suas narrativas, e aqui entendemos como o cinema foi fundamental em sua vida. Esse projeto valoriza tanto o cinema de maneira simbólica quanto o espaço físico e como isso é capaz de tanto. Existe uma graça na simplicidade e no amor que cultivamos com aquilo que nos forma, que nem mesmo o tempo vai poder apagar. E é lindo que esse artista tenha materializado isso da maneira que melhor entende sobre.

Ver trailer

Retratos Fantasmas

Retratos Fantasmas

Ano: 2023
Duração: 90
Direção: Kleber Mendonça Filho
Roteiro: Kleber Mendonça Filho
Elenco: Kleber Mendonça Filho, Rubens Santos

NOTA

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Karlos Eduardo

Karlos Eduardo

Apesar de ainda jovem e eternamente aprendiz, completamente apaixonado por toda a beleza que compõe o cinema. Tentando sempre expandir mais o olhar cinematográfico com minhas fontes de inspiração, seja nos próprios filmes ou em quem fala sobre eles.

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