Após o fim de seu primeiro arco, Vagabond mergulha de cabeça no mundo do Japão feudal. Agora, Miyamoto Musashi cruza as províncias em busca de adversários formidáveis.
Porém, sua arrogância ainda pode se mostrar seu maior inimigo, e talvez, Takezō não tenha o abandonado por completo ainda.
Um novo mundo em Vagabond
Os dois primeiros volumes de Vagabond possuíam um arco mais contido, contando como Miyamoto Musashi nasceu diante da ruína de Shinmen Takezō. Haviam boas batalhas, entretanto, o foco estava mesmo na psique de nosso protagonista, e de suas nuances que o seguiriam pelo resto da obra.
Agora, na vila de Kioto, Musashi busca desafiar a Escola Yoshioka. Veja bem, antigamente, samurais treinavam em escolas distintas do caminho da espada. Geralmente, cada uma possuía um estilo de luta, de crenças, ou de regras diferentes. Muitos samurais errantes desafiavam essas escolas em busca de renome, e Musashi, de acordo com a história, foi um dos que mais se sucedeu com este método. Derrotando vários mestres e escolas.
Todavia, antes de se tornar uma lenda, Musashi decidiu desafiar sozinho a Escola Yoshioka, sem sequer portar uma espada.
Este arco permeia um sentimento de urgência muito forte que move a história com maestria. De certa forma, nós, como leitores, sabemos que Musashi ainda é muito fraco para derrotar uma escola inteira sozinho. Porém, torcemos para ele mesmo assim, e vê-lo perder, ou até morrer, é uma ideia assustadora ainda.
Além disso, o volume conta com o retorno de Matahachi, o amigo de Musashi que o abandonou no começo da história. Agora, ao lado das duas ladras que abriram um bordel em Kioto, Matahachi vive uma vida infeliz de bebidas e mulheres, observando de longe o confronto na escola.
Renome e imagem
Antes de tudo, este é um arco que fala muito sobre imagem, respeito, status. A medida que a história avança, ficamos sabendo mais sobre os personagens que compõem a elite da escola de Yoshioka, estes sendo; Seijuro Yoshioka, e seu irmão mais novo, Denshichiro Yoshioka.
O clã Yoshioka enfrenta um certo declínio nos últimos anos, desde que o patriarca e mestre, Kempo, faleceu. Ao passo que seu líder, Seijuro, passa mais tempo nos bordéis da cidade do que liderando a escola.
Isso frustra seu irmão mais novo, Denshichiro, que se vê em um complexo de inferioridade por jamais ter sido páreo para seu irmão, e nunca ter conseguido assumir a escola.
Dessa forma, a trama nos insere em um drama não só familiar, como cultural de força e imagem dentro dos Yoshioka. É um conflito bastante íntimo, e até trágico, que irá se repetir em cada arco, e cada adversário que Musashi enfrenta.
Assim, somos levados a não só a nós importarmos com esses personagens, como a também decifrá-los.
Matahachi também recebe um desenvolvimento muito interessante, e acompanhamos seu ponto de vista ao longo da história.
A arte de Inoue continua perfeita, e ele se arrisca mais como desenhista e autor neste arco em específico.
Veredito
No fim das contas, as sementes plantadas nesta história gerariam frutos maduros pelo resto da história de Vagabond. A força e a teimosia de Musashi é posta a prova, enquanto ele ainda tenta decifrar quem é.
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