No volume anterior de Vagabond, Musashi achou que havia vencido ao derrotar Agon, um dos mestres de lança do Templo Hozoin. Porém, agora se vê cara a cara com Inshun, o verdadeiro mestre local, tão jovem quanto nosso protagonista. Sua batalha será lendária, mas Musashi está preparado para ela?
Em seu quinto volume, Vagabond entrega a melhor batalha da obra até então.
Inshun
O volume anterior apresentou os personagens, e o cenário, que serviriam para contar a grande batalha entre Miyamoto Musashi e Hozoin Inshun. Entretanto, nosso “herói” mais uma vez demonstra sua imaturidade interior e espiritual, ao se ver tremendo de medo perante a figura de seu adversário.
Dessa forma, as nuances desenvolvidas e alimentadas pela história neste volume, são muito mais bem navegadas pelas mãos de Inoue. Seja através de sua maravilhosa arte, ou pelos diálogos.
Nós como leitores nos vemos diante de uma ameaça bastante pessoal para Musashi, afinal, já observamos a figura brutal que ele construiu para si mesmo ser destruída em arcos passados.
Ainda assim, Inoue conta a batalha de forma brutal e energética. Musashi claramente não está preparado para o conflito, e se vê duvidando de sua capacidade, dependendo de seu próprio ódio e até truques para sobreviver.
Em suma, é devastador ver o personagem mais uma vez falhando, perdendo, e tropeçando em suas próprias inseguranças por não saber exatamente que tipo de guerreiro ele vai ser.
Miyamoto Musashi precisa olhar para si mesmo antes de olhar nos olhos do inimigo, e isso dita o resto de sua jornada.
A derrota
É interessante a forma que Inoue conta, a cada capítulo, a derrota iminente de Musashi diante de um adversário claramente mais poderoso que ele. A cada golpe sofrido, o personagem perde mais sangue, solta os cabelos, e parece mais abatido apenas com seu olhar.
Enquanto isso, mesmo machucado, Inshun continua com a mesma expressão fria e divertida do começo do confronto. É como se ele conseguisse ver através do protagonista.
Aliás, a forma que os olhos e as expressões são desenhadas irá ser bastante importante para este arco como um todo.
Outro ponto a ser elogiado é o uso dos personagens secundários. Além de Toji Gion, que continua caçando Musashi, temos Inei e Jotaro, que servem como a fonte de informação exterior à trama.
As exposições de Inei são bastante naturais, ajudando a construir a imagem de Inshun, e no geral construindo a lore da região em volta do Templo.
Veredito
Este volume proporciona um dos conflitos mais interessantes da história até então. Com a contínua arte de qualidade de Takehiko Inoue, e do conflito interno criado no protagonista, além de laços com o arco interior, a história se torna bastante orgânica e sinfônica.
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