No volume anterior de Vagabond, Miyamoto Musashi perdeu, na verdade, ele fugiu da batalha contra Inshun, temendo por sua vida. Como um cão assustado, voltou para a floresta. Agora, com a ajuda de Inei, busca treinar para voltar e derrotar seu adversário no Templo Hozoin.
Entretanto, este treinamento que Musashi busca é muito mais complexo do que ele imagina, e a história se afasta dele para ampliar a história de outros personagens.
Otsu
Invés de focar completamente no treinamento de Musashi, este volume opta por abordar os personagens de Otsu e Matahachi. Ambos amigos de infância do protagonista. Agora, enfrentam seus próprios problemas, dilemas, e arcos de personagem, que se expandem ao decorrer da história.
Otsu, por exemplo, agora trabalha como uma criada nas terras dos Yagyu, um dos maiores clãs de Samurais da província.
A mesma se tornou uma amiga próxima de Sekishusai Yagyu, fundador da escola do clã, e um dos maiores espadachins que já viveu. Agora um idoso, Sekishusai e Otsu jogam jogos de tabuleiro, que estimulam a mente da jovem, e fortalecem o laço dos dois.
Esta introdução no começo do volume é ótima para dar lampejos do que virá a se desenrolar na história, considerando que os Yagyu são o próximo desafio do protagonista.
Todavia, é quando nós afastamos da personagem que as coisas se complicam.
Matahachi em Vagabond
Acima de tudo, é preciso esclarecer que Inoue não é um autor burro, ele entende que Matahachi é um personagem significativamente mais problemático que Musashi.
Dessa forma, enquanto Musashi passa pelos clichês do protagonista de shounens, que tenta se provar e se tornar mais forte, falha e aprende o que é força de verdade, Matahachi passa por uma metamorfose com mais nuances.
Após escapar de Kyoto, Matahachi agora é um homem procurado por ser o responsável pelo incêndio na escola Yoshioka, e decide se esconder trabalhando na construção de um castelo. Exceto que o esforço físico é demais para o mesmo, e ele pensa em desistir.
Até que ele é ajudado por um samurai viajante, e essa ajuda custa a vida do homem, chamado Sasaki Kojiro. Decidido a honrar sua alma, Matahachi decide entregar um certificado que ele carregava para sua família.
Em síntese, a forma que este pequeno arco se desenvolve é até interessante, uma pequena jornada contemplativa de Matahachi. O personagem é, em sua totalidade, interessante e até relacionável um pouco, já que vive na sombra de seu velho amigo e quer se tornar tão forte quanto ele.
Ainda assim, não chega a ser uma história tão interessante quanto a de Otsu prometia, muito menos quanto a de Musashi.
Veredito
Em seu sexto volume, Vagabond certamente arrisca em investir nos arcos desses personagens, e o resultado pode agradar ou não os leitores. Ainda assim, o arco do Templo Hozoin continua espalhando suas teias de conflito e desenvolvimento por todos os lados, e a conclusão será incrível.
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