Crítica | O Estúdio (1ª temporada)

No filme de 1992 de Robert Altman, The Player, Tim Robbins interpreta um executivo de estúdio de Hollywood em ascensão que se vê em uma situação complicada justamente quando sua carreira começa a decolar. É uma comédia sombria, um thriller e uma sátira hilária que zomba de conversas muito reais que aconteciam no mundo do cinema na época. Robert Altman executou o filme brilhantemente. A Academia indicou The Player a três Oscars, incluindo Melhor Diretor para Altman, e ele permanece um dos melhores filmes (ou séries) sobre o cinema.

Mais de 30 anos após The Player chegar aos cinemas, ele finalmente ganha uma continuação espiritual. A série é a brilhante O Estúdio, do Apple TV+. Criada pela poderosa dupla Seth Rogen e Evan Goldberg, responsáveis por Superbad e This Is The End, ela não é tão sombria quanto The Player. Mesmo assim, nunca tem medo de cortar fundo. A produção faz piadas extremamente precisas e engraçadas sobre o estado atual dos filmes. Você vai rir tanto de uma piada que pode perder uma referência sutil. Talvez seja a um longa que viu há um ano. Ou até uma participação rápida de um ator, ou diretor.

Um elenco estelar e conflitos atuais

Rogen interpreta o papel principal de Matt Remick, um executivo de cinema em ascensão. No primeiro episódio, ele é nomeado o novo chefe da Continental Studios. Liderar um estúdio para fazer grandes filmes é o emprego dos sonhos de Matt, e ele está animado para isso — mas com uma ressalva. Seu chefe, Griffin Mill (Bryan Cranston, interpretando um personagem com o mesmo nome de Robbins em The Player, numa clara homenagem), tem um objetivo principal para ele. Ganhar muito dinheiro. E assim, a eterna tensão entre arte e negócios continua.

Matt e sua equipe (que inclui sua ex-chefe e mentora, Cathy, interpretada por Catherine O’Hara, e outros executivos vividos por Ike Barinholtz e Kathryn Hahn) interagem com celebridades reais interpretando versões hilárias de si mesmas. Martin Scorsese faz uma versão particularmente convincente (e especialmente engraçada) de si já no primeiro episódio.

Além disso, com um roteiro inteligente, atuações sólidas e uma impressionante habilidade cinematográfica (cada episódio faz um uso extensivo de tomadas em plano-sequência), a série também é repleta de piadas internas para fãs de cinema de qualquer nível. Referências ao sucesso bilionário de Barbie? Tem. Uma menção a pouco vista estreia na direção de Paul Dano, Wildlife? Também está lá. E tudo mais que está no meio do caminho.

O Estúdio, para resumir, é uma das melhores séries de comédia que você verá esse ano, e você não vai querer perder um único episódio.