Crítica | X-Men – O Filme (2000)

Dirigido por Bryan Singer e sendo um dos precursores dos filmes de super-heróis, X-Men – O Filme foi lançado há exatos vinte e dois anos. O longa, atualmente está disponível no catálogo do Disney+.

No filme, o professor Charles Xavier (Patrick Stewart) lidera a equipe mutante X-men, que luta para proteger um mundo onde mutantes são temidos. Eles estão presos em uma batalha contra um ex-colega e amigo, Magneto (Ian McKellen), que acredita que os humanos e os mutantes não devem viver juntos. Agora, ambos os lados têm uma vantagem.

X-men e sua introdução de universo

A escolha de dar protagonismo ao Wolverine é um grande acerto do longa. Logan, logo no início, se mostra um personagem completamente perdido e, temos a introdução desse universo com ele. Junto ao fato de, Hugh Jackman ter sido a escolha perfeita para o papel: ele é feroz, carismático e extremamente cínico em sua interpretação.

Esse filme, consegue ser bem feliz e eficaz em sua execução. Ele não perde tempo e nos situa do essencial para compreendermos o que está acontecendo. A duração é econômica e muitas das explicações são didáticas. E, mesmo com a história ter tido seu início em um ponto que ainda não temos noção, o filme cumpre seu papel de apresentação atual.

Existe a interessante discussão que sempre permeou os X-Men, sobre o preconceito e a não aceitação social com os mutantes. E mesmo que isso caia na ironia desses personagens serem humanizados e palpáveis para o público, é interessante como o filme se preocupa em contextualizar ambos os lados de uma mesma moeda.

Nesse sentido, Magneto é incrível. A interpretação elegante de Ian McKellen nos gera respeito por esse personagem, além das contradições que o deixam complexo. Patrick Stewart como Xavier também se destaca, pelo tipo de figura acolhedora e sábia que ele representa. Então, a relação desses dois é curiosa de ver em tela, há a identificação e a oposição, em simultâneo.

Os problemas pontuais

O filme surgiu com a ideia de atualizar os filmes de super-heróis, abandonando a galhofa e cores dos quadrinhos, para nos aproximar desse universo de maneira mais ”realística”. Isto é perfeitamente compreensível, afinal, o público teve mais afinidade com o que foi apresentado e o filme foi um sucesso de bilheteria. Após isso, os filmes de heróis não faltaram.

Contudo, existem momentos em que o filme tem noção do quão absurdo são as características que compõem esse mundo. Porém, ele decide não ir tão adiante por esse lado mais surreal e expressivo, mesmo que tenha os elementos certos para isso. Falta mais ousadia no visual dos personagens, por exemplo. As roupas de couro já envelheceram mal.

Aliás, os personagens também sofrem. Existe o destaque para: Magneto, Charles, Wolverine e Vampira. Que são, devidamente escalados e bem trabalhados. No entanto, os outros que compõem suas respectivas equipes, estão apenas por estar. Eles têm seus poderes apresentados e usam, em algum momento, nada além.

As cenas de ação se mostram bem contidas, ainda asim, há um uso eficiente de cada personagem e efeitos devidamente aplicados. Portanto, X-Men – O Filme possui uma importância inegável. Mesmo que haja alguns problemas, essa apresentação cumpre seu papel e garante a nossa atenção; sendo um ótimo primeiro filme com debates pertinentes, para aquilo, que parecia uma promissora franquia.