Na última sexta-feira (23), estreou no catálogo da Netflix a nova animação do universo animado que ficou popular graças ao personagem He-Man, intitulada Masters of the Universe: Revelation. A série de fantasia e super-herói, desenvolvida por Kevin Smith e produzida pela Powerhouse Animation Studios, provou que Eternia e os mitos de Grayskull, são bem mais aproveitados quando He-Man não é o centro das atenções.
Depois de anos em guerra, um embate entre He-Man e seu arco-inimigo Esqueleto, extingue toda a magia de Eternia. Agora, Teela deve embarcar em aventura para encontrar as duas partes da Espada do Poder e restaurar a magia em seu mundo, trazendo o equilíbrio ao Universo. Para isso, ela vai ter de unir forças com antigos inimigos, e encarar seu passado além das feridas de um segredo devastador.
A nova série conta com uma repaginada na forma de contar história, é bastante diferente de sua série antecessora He-Man and the Masters of the Universe (1983), um dos maiores acertos da animação, pois aumenta a qualidade em uma trama mais amarrada, que se desenrola ao longo dos episódios.
Trazer Teela como “principal” protagonista da história (“principal”, pois cada personagem tem seu nível de importância), é um dos triunfos da série, embora alguns fãs tenham ficado decepcionados com isso. Qualquer história com um ser supremo que consegue vencer qualquer batalha e encerra as tramas com uma lição de moral motivadora, pode ser bastante divertida, mas tira qualquer senso de urgência, e, aqui, isso não acontece.
A urgência da falta de magia e a falta de superioridade dos protagonistas quanto aos perigos que encontram, é o que torna a experiência desta série tão legal quanto sua antecessora. O mundo de Eternia é repleto de perigos e obstáculos que He-Man passaria com uma mão amarrada nas costas, diferente de Teela e seus companheiros, como observamos na série.
Além disso, o fato da série explorar outros cantos ainda não vistos de Eternia, a torna ainda mais interessante. O universo de He-Man é riquíssimo, porém nunca foi profundamente explorado, em Masters of the Universe: Revelation, tivemos um pequeno vislumbre desse mundo e o potencial que ele tem para contar histórias, seja com He-Man, Pacato, Gorpo e companhia, ou não, há muito o que explorar aqui e agora temos um gostinho disso.
A trama da série é bem desenvolvida, com alguns discursos interessantes sobre religiões doutrinadoras e sobre confiança, que tornam a história bem vista para todos os públicos, embora seja uma série escrita e criada para crianças. Pode agradar aos adultos pela nostalgia e pelo ótimo desenvolvimento, mas esta não é uma história como Castlevania — da mesma produtora —, por exemplo, a não ser pela estética e efeitos visuais.
A Porwerhouse traz, novamente, uma ótima produção animada, que remete aos clássicos desenhos animados ‘noventistas’, porém, com uma qualidade gráfica superior e extremamente agradável para os fãs de séries animadas que marcaram a cultura pop. Além disso, o elenco de vozes, tanto no áudio original, como na dublagem brasileira, é de primeira.
Vozes como Mark Hamill, Leda Headey, Chris Wood, Sarah Michelle Gellar e Liam Cunningham fazem parte do elenco original. Na dublagem brasileira, temos as vozes de Glauco Marques e Gulherme Briggs, entre outros.
Masters of the Universe: Revelation é uma série ousada que traz um novo ar de curiosidade para a excelente saga de He-Man e seus amigos contra o Esqueleto e suas forças do mal, trazendo um futuro promissor para esse universo tão amado por tantos. A série dá uma repaginada no mundo de Eternia, sem se desprender do passado, com um final digno de surpreender qualquer fã da série e destes personagens.