Com o sucesso de Homem de Ferro, e as controvérsias de O Incrível Hulk, Homem de Ferro 2 tinha a difícil missão de expandir o universo cinematográfico da Marvel e, ao mesmo tempo, contar uma boa história com Tony Stark. Nesse sentido, alguns críticos garantem que Homem de Ferro 2 falha como uma sequência, e até como um filme, mas seria essa uma afirmação justa?
Um mundo em expansão
Homem de Ferro 2 se passa apenas alguns meses após seu antecessor. Com a crescente pressão de Washington e do Congresso pelo controle da armadura do Homem de Ferro, Tony Stark se vê lidando com um mundo crescente para o seu ego.
Além disso, ele descobre que o Palladium em seu peito, que o mantém vivo, também está o matando lentamente. Tudo isso enquanto um adversário ligado ao passado de seu pai retorna para fazê-lo pagar.
Ufa! Quanta coisa, não é mesmo? Esse é um filme que tenta deixar bem claro que o Universo Marvel é muito maior do que Tony Stark. Isso é, de fato, uma dura verdade que o nosso herói arrogante preferido deve encarar.
Uma das vantagens que o Homem de Ferro original possuía, era ser uma história de origem. O filme não tinha compromissos com tramas paralelas, novos personagens, introduções, nada disso. O filme funcionava como a história de Tony Stark e da sua redenção, como vendedor de armas egoísta a super-herói um pouco menos egoísta.
Esse filme não possui essas vantagens. É de se esperar que o longa inteiro seja uma consequência das ações de Tony no primeiro, de sua escolha de se revelar o Homem de Ferro para o mundo, e logo o mundo ricocheteia nele. Mas a forma que essa ideia é enfiada na trama não é tão sutil quanto deveria.
Ameaças desinteressantes
Muitos dos vilões do Homem de Ferro representam o pior lado de Tony Stark. Se Obadiah Stane é um maligno CEO, o que Stark poderia se tornar se ele nunca tivesse sido sequestrado no começo do filme, então Ivan Vanko também deveria representar uma ideia. Para o azar do longa, nem isso ele consegue.
Ivan é filho de Anton Vanko, sócio do pai de Tony que o ajudou com muitas de suas invenções, mas foi expulso e exilado das Indústrias Stark acusado de espionagem pelo próprio.
Portanto, Ivan quer vingança, ele quer mostrar para Tony que, mais uma vez, o mundo pode consumi-lo por sua arrogância e pela arrogância de sua família. Se juntando com o personagem Justin Hammer, competidor de Tony no mercado e leal ao governo, mais um alívio cômico no filme do que qualquer outra coisa.
Essas comparações de Tony com o pai é uma das partes mais interessantes do roteiro. O personagem é assombrado pelo mau contato com sua figura paterna, e essa relação ruim entre pai e filho moldou a personalidade do gênio milionário.
Ivan Vanko poderia ter sido explorado mais nesse quesito, uma personificação dos erros do pai de Tony, que volta para o herói confrontar a si mesmo sobre as próprias escolhas.
Mas isso não acontece, na segunda metade do filme, o vilão é esquecido e se torna quase um alívio cômico ao lado de Hammer, voltando para uma sequência final pouco intensa.
Onde o filme acerta
Por outro lado, o filme continua com atuações incríveis. Começando por Robert Downey Jr., ainda incrível no papel principal, ao lado de Gwyneth Paltrow, e Jon Favreau. Também tivemos a substituição do papel de James Rhodes, já que o ator Terrence Howard se desentendeu com o estúdio.
Rhodes tem um papel muito maior nesse filme, já que é aqui que ele consegue sua armadura e se torna o Maquina de Combate. Don Cheadle traz uma sutileza necessária ao personagem e tem uma química monstruosa com Downey Jr..
Além disso, Nick Furry e Víuva Negra são introduzidos neste filme, e a escolha para os papéis não poderia ter sido mais genial. Com destaque para Furry, com sua nova reimaginação de um homem negro, transportada posteriormente para os próprios quadrinhos da Marvel.
Conclusão
Homem de Ferro 2 não é a sequência que seu antecessor merecia, nem de longe é um filme que Tony Stark merecia, mas ele é divertido. Suas tentativas de se aprofundar mais na psique de Tony Stark funcionam, e apesar de um roteiro problemático, cenas entendiantes, vilões canastrões; esse é um filme da Marvel, em sua essência.