Dirigido por Andy Muschietti, It: A Coisa se tornou um dos maiores sucessos do cinema de terror. Com um custo de cerca de 35 milhões de dólares, o longa arrecadou 700 milhões de dólares e rendeu uma sequência.
Baseado no romance homônimo de Stephen King, o longa foi recebido positivamente pela crítica e pelo público. Este filme, com certeza, foi um fenômeno instantâneo. Mas, afinal, quais são os pontos da obra a serem exaltados e lembrados?
No filme, o grupo de amigos, o Clube dos Otários, se une para investigar o misterioso desaparecimento de várias crianças em sua cidade. Eles descobrem que o responsável é Pennywise, um palhaço cruel que se alimenta de medos e que, agora, está em busca do grupo.
O terror de It: A Coisa
É impossível falar de It sem citar a figura principal: A Coisa, que na maior parte do tempo, usa a imagem de Pennywise para aterrorizar as crianças de Derry. A começar por seu visual, onde temos um palhaço muito mais sujo e horripilante, diferente do Pennywise dos anos 90, por exemplo.
A roupagem mais próxima de um palhaço do século XIX, os tufos de cabelo laranja e a maquiagem vermelha que vai da boca até as sobrancelhas, já eternizaram essa versão do Pennywise no imaginário popular. Além disso, esse é o visual mais próximo do que é descrito no livro.
A interpretação de Bill Skarsgård está à altura do personagem. Os diferentes tons de voz que ele põe no personagem são muito memoráveis, e toda a sua expressão corporal deixa a figura mais rica e com identidade própria. Suas expressões faciais são impressionantes. O que ele faz com o movimento dos olhos e dos lábios, nos faz sentir medo e simpatia pelo personagem, em simultâneo.
É interessante o fato de o filme utilizar as outras formas d’A Coisa para, assim, estabelecer seu conceito e aplicar em diferentes pontos da narrativa. A figura do Pennywise é a melhor, talvez por ser a mais esperada e atrativa. Então, é curioso como o filme não abusa dessa imagem, utilizando-a de maneira econômica; quem sabe, poderiam ter aproveitado um pouco mais dele, no filme.
Nesse sentido, o filme não possui tanto desconforto, pois o foco está em outros pontos. Ele decide seguir um caminho mais convencional para o terror, apelando para jump scares e outros elementos que já estamos familiarizados, e acabam não impactando tanto, porém, é interessante pensarmos que A Coisa está o tempo todo observando esses personagens.
O coração do filme
O maior acerto do filme, sem dúvida, é a riqueza de personagens. Cada uma dessas crianças tem uma característica, medo e um espaço na história. O modo com que suas vidas se conectam e sua dinâmica, são o grande charme do filme, além do elenco extraordinário, onde há química e diversão. Ou seja, quando eles estão em tela, o entretenimento é garantido.
A principal missão de qualquer história que se exista, acima de tudo, é fazer o público se importar com o que está acontecendo. Isso surge pelo vínculo criado com os personagens, It: A Coisa acerta à primeira nisso. Há muito foco no humor, afinal, o filme está lidando com adolescentes.
Mesmo assim, há ótimos toques dramáticos em cada arco apresentado. Quando finalmente chegamos ao ato final e ocorre a grande luta de suas vidas, nós, o público, ficamos torcendo por essa galera que acompanhamos o filme todo. Aliás, toda a sequência final é muito criativa empolgante.
O roteiro é amarrado e movimenta os acontecimentos de forma orgânica. A direção de Andy Muschietti dá vida ao filme, ele traduz as melhores coisas do livro e traz sequências muito bem filmadas. Dá para sentir o amor que ele põe no filme e isso é maravilhoso — as lições sobre enfrentar os medos e amizade são louváveis.
Portanto, It: A Coisa possui uma proposta interessante e uma ótima execução. É um filme rico, cheio de boas ideias e elementos marcantes. Ele foi muito aclamado quando foi lançado e, com certeza, continuará sendo no futuro — é, definitivamente, um jovem clássico!