Dirigido por Anthony Russo e Joe Russo, Agente Oculto chegou recentemente ao catálogo da Netflix. O longa conta com grandes nomes no elenco, incluindo Ryan Gosling, Ana de Armas e Chris Evans, criando uma expectativa considerável no público. Além do mais, os diretores já haviam apresentado um ótimo resultado em seus filmes dirigidos no UCM. Mas será que eles acertaram dessa vez?
No filme, o agente mais valioso da CIA, também chamado de 6 (Ryan Gosling), descobre segredos comprometedores da agência. Assim, ele passa a ser caçado mundo à fora, tendo sua cabeça a prêmio pelo sociopata Lloyd Hansen (Chris Evans).
Agente Oculto e sua execução

Muitas ideias desse filme são repetitivas no gênero, é o protagonista com muitas habilidades especiais que faz coisas que ninguém espera, além de ter passado por um trauma que determinou quem ele é hoje; ainda assim, ele possui sentimentos, mesmo com toda a braveza que transparece.
Dito isso, uma boa execução desses elementos poderia deixar o filme mais aceitável. Alguma inovação em linguagem, quem sabe? Ou viradas bem construídas, que fogem de um padrão já desgastado? Pois bem, é tudo isso que o filme nunca faz. Assista ao filme e tente lembrar o nome dos personagens ou alguma cena realmente marcante. Não existe.
Novamente, o filme tem ideias (clichês, mas tem) e nunca as desenvolve. Ele sente uma tremenda necessidade de impactar com situações onde a emoção sequer é estabelecida com antecedência. Causar empatia pela história e personagens não é somente falar em uma cena ou mostrar flashback em outra, assim, tudo acaba por acaba se deteriorar em um estado superficial.
Nem mesmo o elenco se salva. Ryan Gosling é um ator que adora se desafiar, mas ele está completamente perdido aqui. Enquanto Chris Evans, deve estar no papel mais vergonhoso e caricato de sua carreira, o personagem em si é péssimo e sua atuação de centavos não ajuda. E a coitada de Ana de Armas?… Ela está no filme? O maior destaque mesmo é a prodígio Julia Butters, vindo do excelente Era Uma Vez… em Hollywood e, mais uma vez, conquistando com seu carisma e emoções genuínas.
Dessa forma, chega a ser hilário pensar que essa é uma das produções mais caras da Netflix. Os cenários e iluminação, em muitos momentos, são de uma artificialidade sem tamanho. Assim, o filme não é bem lapidado, o visual não atrai e os elementos em tela torcem para beirar ao genérico. Nem a direção dos irmãos Russo criam uma atmosfera de urgência ou tensão, tudo é feito na maior previsibilidade; o máximo que se pode apontar de ”interessante” é alguma movimentação de câmera ou outra, ainda assim, nada empolgante.
Um bom filme de ação?

Até aqui podemos questionar: muitos filmes de ação não têm uma história realmente marcante, mas é a inventividade na ação e a forma alucinante com que ela é conduzida que deixam a experiência mais divertida, certo? Certo. Um bom exemplo disso é Resgate, também da Netflix e, por coincidência, roteirizado e produzido pelos irmãos Russo.
Se, de repente, existir um ritmo dentro dessa aventura, que traz a periculosidade necessária para ficarmos sem fôlego e aflitos, tudo bem. O próprio Resgate faz isso muito bem, com uma ação contínua e intensa. Nesse sentido, esse é um dos grandes problemas de Agente Oculto, podemos citar inúmeros filmes do gênero que já fizeram isso e melhor.
Então, a história insere um monte de sequências de ação que acontecem porque precisam acontecer. Onde está o fator nessas cenas que destacam a obra aos olhos? Tudo acaba sendo muito mais do mesmo, onde nos é passada uma impressão de que o filme foi lançado há duas décadas, não há poucas semanas. É muito tiro, muito corte e muita coreografia convencional.
Portanto, Agente Oculto não é um filme desenfreado, ele na verdade, tira o pé da embreagem e não acelera, deixando o carro morrer. Sua história é patética, os personagens são qualquer coisa, a ação é simplória e toda a boa divulgação sobre o filme só torna ele mais um lixo comercial que fará um inexplicado sucesso e ganhará sequência.





