Dirigido por René Sampaio, o filme Eduardo e Mônica finalmente chegou aos cinemas brasileiros, após uma série de adiamentos. O longa, se destaca por ser adaptação da música homônima da banda Legião Urbana.
Esta música, certamente, está marcada no imaginário popular brasileiro, sua letra e melodia são lembradas até hoje. Mas será que esse filme conseguiu traduzir uma interessante linguagem cinematográfica para a tão querida canção?
No filme, uma série de coincidências levam Eduardo (Gabriel Leone) a conhecer Mônica (Alice Braga) em uma festa. Uma certa curiosidade é desperta entre os dois e, apesar de não serem nada parecidos, eles se apaixonam fortemente.
Eduardo e Mônica e suas diferenças

Para quem conhece a música, o filme traz essa busca do público para a associação dos acontecimentos da história com a letra. Esse casal em específico, se destaca por suas diferenças. Sim, existe conexão, mas, eles são totalmente opostos.
Nesse sentido, o longa é muito feliz em dar pequenos momentos para cada um e definir suas principais características. Alice Braga vive sua Mônica com intensidade: seu carisma e a forma com que entrega o texto, passam o ar de maturidade e energia que sua personagem precisa.
Enquanto Gabriel Leone, consegue trazer um ar inocente e até bobo para Eduardo, sendo contraste perfeito para Mônica. Quando esses dois estão em tela, gostamos dessas presenças. O filme mostra todos os bons momentos que eles viveram, no entanto, não é só isso.
Existe tempo para sentirmos essa conexão tão forte, essa química inesperada e jamais vista. No entanto, nem sempre as coisas serão um mar de rosas. Nesse aspecto, quando nos importamos com os personagens e entendemos suas motivações, tudo fica mais palpável.
É muito interessante como o filme introduz situações, que parecem pequenas, para então atribuir um grande significado depois. Muito do que esses personagens vivem, se mostra memorável e o filme utiliza de sua criatividade para nos mostrar esse vínculo e as vivências.
Dessa forma, determinadas escolhas foram bem interessantes. Há o preenchimento de espaços da música, que consegue complementar aquilo que já era bom. É uma “história dentro da história”, personificando a canção com muita vitalidade.
A identidade do filme

Assistindo ao filme, é perceptível seu valor de produção. Toda a parte visual, escolhas artísticas, figurino e referências pontuais, conseguem nos transportar para a época em que o filme se passa.
O filme é extremamente bem filmado, a câmera se movimenta sempre de forma sutil e traz uma sensação gostosa a quem assiste. Além da montagem, que em alguns momentos, brinca com duas situações em simultâneo e intercala bem o que o filme quer mostrar.
Além disso, existe uma composição de cores muito agradável. Há sempre alguma cena para contemplarmos o quão bonito é aquilo que estamos vendo. A trilha musical tem seus momentos, também.
Mas, em determinados momentos, algo pode soar arrastado. Há também, detalhes que poderiam ser melhor mostrados, para que a experiência ficasse ainda melhor. Mas, é claro, que esses pontos não são prejudiciais à trama.
Portanto, Eduardo e Mônica é um filme extremamente honesto. Ele conta a história que já conhecemos e completa lacunas com bastante inventividade. Pode ter certeza, você irá permanecer com um sorriso em vários momentos e, em outros, ficará com um frio na barriga. E não perca os créditos!
Crítica muito bem escrita, além de dinâmica e informativa.