Dirigido por David Fincher, Se7en – Os Sete Crimes Capitais é um dos filmes de investigação que inspirou Batman (2022). Com um elenco de ponta, o longa é um dos mais aclamados pela comunidade cinéfila e está presente no catálogo do HBO Max.
No filme, o detetive Somerset (Morgan Freeman), prestes a se aposentar, pega seu último caso, com a ajuda do recém-transferido Mills (Brad Pitt). Então, eles investigam uma série de assassinatos, que estão fortemente ligados aos Sete Pecados Capitais.
A criatividade por trás de Se7en

Primeiro, é sempre bom ressaltar como os personagens desse filme são ótimos e, de fato, têm algo a acrescentar ou buscar. Somerset funciona perfeitamente como esse detetive mais experiente e cansado desse meio; enquanto Mills, é o contraste perfeito, sendo mais jovem, servindo como alívio cômico e trazendo mais energia para as situações, por isso a dupla funciona tanto.
A própria esposa de Mills, está passando por uma situação delicada em meio a tudo o que está acontecendo. Situação essa, que conseguimos nos relacionar e que, futuramente, teria um maior peso na trama. E, por mais que o filme seja carregado de densidade, há bons momentos de descontração, como por exemplo: a cena do jantar.
É interessante como o filme soa visualmente. Está sempre chovendo nessa cidade, as cores dos cenários são mais escuras e, isso influencia diretamente no clima dos assassinatos ocorridos. Assim, mesmo sem ouvirmos os personagens falando, conseguimos sentir e notar esse ar opressor e frio na estética urbanizada. O que influencia diretamente no tom do filme.
Nesse sentido, o filme não tem pressa alguma. Esta é uma história de investigação, ou seja, é necessário termos esses personagens pesquisando, refletindo e interligando os pontos. A própria escolha de retratar os Sete Pecados Capitais dentro da motivação do assassino é brilhante. Assim como, a maneira que o roteiro leva os personagens a se cruzarem em um período de sete dias.
O poder de um bom final

O assassino que tanto esperávamos ser pego, aparece realmente no final do filme. Onde ele finalmente pode esclarecer suas motivações e expressar como ele acredita em sua loucura. Em tão pouco tempo, ele nos fascina com sua inteligência e asquerosidade, concluindo seu objetivo.
A partir do momento em que ele escolhe Mills e reajusta seus próximos passos, as outras subtramas se amarram e temos um final extremamente forte. Se7en é um daqueles filmes que: você pode assistí-lo sabendo o final, mas, mesmo assim, será impactante. Não vemos o que tinha na caixa, contudo, a informação é pesada o bastante quando completamos com a nossa imaginação.
Esse não é um filme otimista, em que as coisas acabam bem. Nos importamos com os personagens? Com certeza. Nós queremos que aconteça algo ruim com eles? É claro que não. O filme constrói uma atmosfera negativa desde o início? Sim. Então, tudo isso se torna essencial para a construção da história e um desfecho tão derrotista.
Não é à toa que, o filme acaba com a citação”O mundo é um lugar bom e vale apena lutar por ele. Concordo com a segunda parte”. Dessa forma, as atuações de Brad Pitt, Morgan Freeman e Kevin Spacey são excelentes, onde cada um carrega muito bem as particularidades de seus personagens. Enquanto a direção de David Fincher, estabelece perspectivas necessárias para compreendermos cada uma daquelas situações.
Portanto, Se7en – Os Sete Crimes Capitais é um filme de altíssimo nível. Onde situações plantadas são colhidas da maneira mais desconcertante possível, tudo é necessário e serve em prol dessa história tão fantástica. Se você ainda não viu, corra e aprecie cada minuto desta obra-prima.





