Dirigido por Ruben Fleischer, Zumbilândia é um dos melhores filmes de zumbi já feitos, mas não como você espera. Além de um elenco afiadíssimo, o longa apresenta momentos que irão divertir absolutamente qualquer um que for assistir.
No filme, grande parte da população foi infectada com um vírus, que transforma as pessoas em zumbis. Poucos são os que não foram infectados, dentre eles, Columbus (Jesse Eisenberg), que deseja voltar para sua cidade natal e reencontrar seus pais. No caminho, ele pega carona com Tallahassee (Woody Harrelson), que está indo para a Flórida aniquilar zumbis. Nesse tempo, eles cruzam com a dupla Wichita (Emma Stone) e Little Rock (Abigail Breslin), uma delas foi mordida e, agora, uma decisão deverá ser tomada. Contudo, nem tudo é o que parece.
As regras para sobreviver na Zumbilândia
O filme já nos conquista com seu protagonista incomum: ele é muito comum. É sério que em um apocalipse zumbi, nós iremos acompanhar uma pessoa tão frágil e neurótica? A ponto de fazer um manual de sobrevivência e listar para quem assiste? Sim, nesse filme, sim. O que é maravilhoso, afinal, Jesse Eisenberg transmite esse perfil doce e sistemático. Ele é relacionável e sua contextualização sobre esse mundo, consegue ser bem posta, criando até uma cena assustadora em seu apartamento.
Mas a história não trata apenas dele. E esse é o ponto-alto do filme: seus personagens. Uma boa história nem sempre vai ser tão boa se você não tiver bons personagens. Woody Harrelson vive um personagem totalmente o oposto do nosso protagonista, debochado e não ligando para nada, por isso a relação funciona tanto. Enquanto a irmandade entre Emma Stone e Abigail Breslin, é tão eficiente, que parece outro filme. Quando todos esses personagens se cruzam e partem em uma mesma linha, o filme cresce.
E mesmo que o orçamento não seja tão alto, e notemos isso nas limitações das mortes de zumbis (que seria melhor escalonada no filme seguinte), a história consegue nos gerar preocupação com quem estamos acompanhando. Vemos eles zoando, se desentendendo, passando a perna um no outro e se aproximando; logo, nós estamos com eles e torcemos para a jornada deles concluir bem. O final pode até soar clichê, porém, o filme nunca optou por ser maior que isso; é apenas uma boa história, com personagens que se conhecem e criam vínculos.
Nesse sentido, muitas situações divertidas são impostas, como, por exemplo, a montagem intercalando eles dentro do carro, a icônica cena na casa do Bill Murray e também, a cena que personifica a regra 32 ”aproveite as pequenas coisas”.
O propósito em meio ao caos
É interessante como cada um desses personagens está fugindo de algo, afinal, ainda é um apocalipse zumbi e essas pessoas precisam lutar por alguma coisa. Porém, essa luta não apenas física, ela abrange a busca de um propósito. Se elas conseguiram sobreviver, com certeza irão aproveitar o tempo que ainda lhe restam, mesmo que de maneiras nada convencionais.
O filme impressiona quando vai mostrar o arco dramático dessas pessoas: um quer apenas reencontrar os pais, mas, acaba descobrindo um novo motivo para continuar na viagem. O outro, odeia zumbis e esconde uma tragédia por trás disso. Enquanto as irmãs, tentam encontrar uma forma de escapismo, para dar um pouco de cor ao que soa extremamente desesperançoso.
Por isso, tudo se torna tão próximo de quem assiste. Essas pessoas se encontram por acaso e, juntas, mesmo que muito diferentes, se identificam e encontram um novo objetivo; que pode tornar tudo aquilo mais divertido do que parece.
Portanto, Zumbilândia é a dose perfeita de humor e drama. Mesmo sendo um filme contido, seus personagens são carismáticos e nos afeiçoamos a todos eles. Ele é divertido, gera momentos memoráveis e sempre rende aquela boa revisitação.