A Netflix está cada vez mais empenhada em ter suas produções brilhando nas principais premiações cinematográficas. Assim sendo, não seria estranho pensar que Klaus, lançado pela plataforma em 2019, aparecesse nas premiações do ano seguinte.
Klaus é dirigido pelo espanhol Sergio Pablos, que já trabalhou como animador na Walt Disney Animation, em filmes clássicos como O Corcunda de Notre-Dame (1996), Hércules (1997) e Tarzan (1999).
Plabos teve a ideia para o longa em 2015, mas diversos estúdios se recusaram a financiar o projeto por achar demasiado arriscado. Em 2017, a Atresmedia Cinema fechou um acordo com o estúdio de Sergio para produzir o longa. Após isso, a Netflix adquiriu os direitos de distribuição mundial da produção, dando sinal verde para a produção de um projeto engavetado há anos.
O enredo de Klaus
Jasper (Jason Schwartzman) é um jovem de família acomodada posto à prova pelo pai — responsável pelo serviço postal — que, numa tentativa de mudar o comportamento do filho, o inscreve na academia postal. Apesar disso, Jasper segue com a mesma atitude, se recusando a aprender o ofício. Assim, o pai lhe castiga, enviando-o para Smeerensburg, uma remota ilha do círculo polar ártico, para reabrir um velho escritório dos correios.
Além ir contra sua vontade, seu pai lhe impõe uma missão: entregar seis mil cartas em um ano, ou seu nome seria retirado do testamento. No entanto, Jasper encontra um grande problema: a pequena população da cidade está sempre envolvida em brigas e perderam o costume de enviar cartas.
As coisas começam a mudar quando Jasper consegue o apoio de Alva (Rashida Jones) e do misterioso Klaus (J. K. Simmons), um carpinteiro que vive sozinho numa casa repleta de brinquedos feitos à mão.
As inspirações
Para criar a cidade do filme, Sergio Pablos se inspirou num assentamento localizado no arquipélago norueguês de Svalbard, lugar que hoje está abandonado, mas esteve habitado até meados do século XVII.
O cuidado do diretor em se inspirar em lugares reais para ambientar a sua animação, cria uma atmosfera ainda mais convidativa e cativante; repleta de detalhes cuidadosamente colocados em cena para dar mais fidelidade à história. Prova disso é o cuidado que o diretor teve com os personagens do povo lapão, exigindo que esses tivessem suas origens respeitadas e se comunicassem apenas na língua sámi — e sem legendas — para reforçar o impacto que Jasper teve ao chegar em um lugar completamente desconhecido.
Klaus é uma bela releitura da boa e velha história do Papai-Noel. Assim, Klaus cria uma forte ligação sentimental com o espectador ao longo da história que, por altos e baixos, guia-nos pelo mundo criado por Sergio.
A produção
Klaus transcende os filmes natalinos por conta do estilo de animação, fotografia, enredo e trilha sonora presentes na produção. É visível para nós percebermos como o amor esteve envolvido em todas as etapas da produção. Além disso, o filme deixa claro que essa também é a principal mensagem que pretende passar ao espectador.
Em tempos de blockbusters, Klaus deixa claro que não é uma produção de grande orçamento, mas recorre a cada recurso disponível para se posicionar ao nível de qualquer outro grande lançamento, enquanto se afasta dos diversos filmes natalinos genéricos lançados todos os anos.
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