Dirigido por David Fincher, Zodíaco baseia-se no livro homônimo de Robert Graysmith, onde somos situados de casos reais. Ao lado de Se7en, o longa é uma forte influência para filmes como Batman (2022), principalmente na maneira com que este, constrói a figura do Charada.
No filme, a população de São Francisco fica aterrorizada com os ataques do Zodíaco, um engenhoso assassino em série. Investigadores e jornalistas se esforçam para descobrir sua verdadeira identidade e levá-lo à justiça. Nesse tempo, ele provoca as autoridades com mensagens criptografadas, cifras e telefonemas intimidadores.
O frustrante mistério de Zodíaco

É engraçado como o filme consegue passar um ar frustrante. O suspense em si é muito eficiente e sustenta as quase três horas de duração, contudo, o caso em específico, até hoje, está em aberto. É claro, existem os principais suspeitos e a figura que o filme define ao fim.
Dessa forma, a missão do filme é muito mais difícil do que qualquer outro no gênero. Ele precisa prender a nossa atenção e, felizmente, consegue. Além disso, há inúmeras passagens de tempo, que, nas mãos de um diretor ruim, poderiam deixar o filme raso e apressado.
E a montagem tem esse forte papel de estabelecer a frustração com o público, afinal, ver os dias, semanas ou anos passando, nos faz pensar o quão complexo e demorado foi esse processo de investigação. Nós gostamos de respostas e conclusões sólidas, mas, Zodíaco mostra que nem sempre teremos isso.
Nós não sabemos quem é o assassino, da mesma forma que, os personagens também não. Então, é extremamente instigante mergulhar nesse mistério com eles. Conforme as pistas vão surgindo e quando finalmente as peças parecem se encaixar, subversões de expectativa se tornam presentes. Tudo é imprevisível e todos são suspeitos.
A tensão gerada através do anônimo

Não existe termo melhor para definir esse filme do que: tensão. Como podemos sentir tanto medo do desconhecido? Como uma simples ligação pode ser tão aterrorizante? Essa presença é brilhantemente bem construída em cena. Seja em como vamos entendendo a mente do assassino ou quando vemos ele cometendo os assassinatos.
Dadas as informações que nos são entregues, bons suspeitos são evidentes, brincando com a nossa percepção. O filme todos nos faz perguntar ”Como não pode ser essa pessoa?”, tudo isso se deve à excepcional direção de David Fincher, que conduz essa história com grandes atmosferas incomodativas e gerando essa sensação intrigante em quem assiste.
O elenco é bem competente, mas, quem realmente chama a atenção é o personagem de Jake Gyllenhaal. Conforme ele vai chegando perto da ”verdade”, o público é o único que ainda está com ele. Nesse sentido, é no terceiro ato onde temos umas das cenas mais assustadoras do filme, que passa um senso de perigo e medo.
Portanto, Zodíaco é um grande filme que envolve o público. Sua construção é gradual e o suspense se mostra consistente. Ele nos faz pensar o quão bizarro deve ter sido vivenciar isso no mundo real, mostrando que, uma das funções do cinema é justamente essa: nos dar o poder da experiência. Se você gosta de um bom mistério, esse filme é imperdível!





