Corte de Asas e Ruína, terceiro livro da série Corte de Espinhos e Rosas, aborda o iminente confronto com o terrível rei de Hybern. O mentor de Amarantha tem em seus planos utilizar o Caldeirão para um governo repleto de trevas. Então, Feyre decide que é hora de enfrentar seus medos e passar uma temporada na Corte Primaveril, onde terá que esconder seu laço de parceria. Longe de seus amigos e da Corte Noturna, ela deve reunir informações de modo a adiar um confronto inevitável em Prythian.
O terceiro e último volume traz esse enfoque mais político e voltado para a ação que os anteriores. Fica claro para os leitores que, enquanto o primeiro livro nos introduziu a este mundo, o segundo nos cativou, e o último deve fechar as questões não respondidas.
Feyre e Rhysand em Corte de Asas e Ruína
Cheio de reviravoltas, Corte de Asas e Ruína não decepciona em nenhum momento os fãs do universo. No entanto, aqui se há uma clara mudança de dinâmica do casal principal. Parece que Rhysand está muito mais disposto a compartilhar dos segredos da vida de Grão-Senhor com os que estão ao seu redor, mas ainda tem ressalvas com a divisão de tarefas.
Senti-o antes que ele aparecesse, uma faísca de alegria beijada pelas estrelas se incendiando dentro de mim no momento que Rhys saiu do próprio ar.
Feyre, por outro lado, está com uma postura muito mais assertiva em seu papel. Ela se distancia do papel de par romântico e heroína, não deixando de exercê-los, mas inserindo à equação o cargo de líder da Corte Noturna. No entanto, é evidente que isso seja necessário para que Feyre feche esse ciclo com chave de ouro. Como último livro da série principal, também se torna natural que a autora dê mais voz aos personagens secundários de modo a nos induzir à leitura dos spin-offs da série.
Erros e Acertos
Mesmo assim, poxa Sarah J. Maas! Parece que Feyre está na maior parte do tempo observando os outros personagens… E, será que vale mesmo gastar tantas linhas tentando convencer os leitores a gostar de alguém contraditório como Nestha? Talvez a melhor escolha seja priorizar histórias que contenham plots muito aguardados, como do encantador das sombras Azriel. A partir daí, pode-se trabalhar com mais calma a trama de personagens complexos como Nestha.
Mas… Sejamos justos. Sarah J. Maas nunca decepciona com o arco de redenção de qualquer personagem. E neste livro não é diferente. Você se surpreenderá com muitos cidadãos de Prythian, e de outros lugares também. Além disso, vale ressaltar que, como sempre (também!), a autora escreve com maestria os motivos que levaram com que alguns chegassem onde estão.
Dois caroços de maçãs já estavam caídos a meu lado, e o cheiro doce do apodrecimento me embalava tanto quanto o zumbido das abelhas que se banqueteavam com as frutas caídas.
Afinal, quem não ama crossovers? Um dos momentos mais aguardados para os que acompanham os livros é o encontro dos Grãos-Senhores. Eles são como sempre imaginamos? Qual a extensão de seus poderes? No último livro da série, temos a oportunidade de conhecê-los além dos rumores e lendas.
Essa oportunidade de podermos nos deliciarmos com o que sempre esperamos foi uma ótima decisão e que nos proporcionou uma experiência única de leitura.
Vale a pena?
Corte de Asas e Ruína nos entrega sempre muita adrenalina em suas cenas de ação, combinada a uma sensibilidade ímpar nos momentos certos. O fim da trilogia se mostra a melhor combinação dos livros anteriores, e abre portas para os livros derivados. É um encerramento digno à série, e o CN42 pode dizer sem medo que vale muito a pena começar essa leitura.