Após adquirir a franquia Star Wars, a Disney quer explorar tudo o que for possível desse universo que, a princípio, George Lucas não vislumbrava tamanho sucesso (Steven Spielberg, com um sorriso no rosto, que o diga). Isso não é necessariamente ruim e tampouco bom. São negócios, e que podem beneficiar todo mundo, tanto os espectadores quanto os acionistas. Mas, enfim, esse não é o foco da questão aqui.
Com isso em mente, a casa do Mickey resolveu expandir ao máximo tudo o que é relacionado à marca. Desde séries e animações, indo para filmes canônicos que estão fora dos chamados ‘Episódios’ — temos um especial bem desenvolvido sobre o tema que você pode acessar clicando aqui.
Foi assim com o excelente Rogue One. E foi assim com Han Solo: Uma História Star Wars, objeto desta análise crítica. Dito isso, é interessante adentrar no cerne da questão filosofal e primordial: seria esse filme realmente necessário?
Bom, diante dessa introdução, talvez a melhor resposta para a pergunta é: não precisaria de nenhum filme depois d’O Retorno de Jedi. A trilogia original é, por si só, completa e competente. Mas já que resolveram expandir, a análise é feita basicamente no filme e na importância que ele tem em si.
É importante começar dizendo o seguinte: o filme é sim, bom. Não é o melhor filme da saga. Não é o melhor filme spin-off. Pode ser que não esteja nem acima das animações, mas sim, o filme é bom. É divertido e tem uma história que interessa. Por exemplo: saber como a Millenium Falcon fez o percurso de Kessel em… 14 Parsecs (certo, Han?). Como se iniciou a amizade de Han e Chewie, bem como a amizade entre ele e Lando Calrissian. Tudo está ali pensando em toda a nostalgia dos fãs da trilogia original.
Talvez, a maior falha do filme do Han Solo seja não ter o próprio Han Solo. É notório que não existe Han sem Harrison Ford. Mas a impossibilidade de ter o ator, seja por idade, seja pela própria decisão do ator em não querer participar, ou qualquer que seja a justificativa, no filme pesa contra a competência do novo intérprete, Alden Ehrenreich, que faz um personagem competente. Sente-se falta do jeito sarcástico, irônico e despojado de outrora, mas não menos eficiente.
Falando um pouco dos outros personagens: Emilia Clarke como Qi’ra é uma surpresa agradável. Donald Glover como Lando Calrissian entrega ao espectador um vislumbre ideal de como seria o próprio nas épocas de ouro. Paul Bettany como Dryden Vos não chega a ser um antagonista aterrorizante, mas, no roteiro, desempenha bem o seu papel. Mas o destaque mesmo vão para dois personagens: Tobias Beckett, personagem interpretado por Woody Harrelson e a androide L3-37, interpretada pela Phoebe Waller-Bridge.
É possível afirmar que Han Solo: Uma História Star Wars foi vítima de preconceito. Tem seus defeitos? Com certeza. Mas é um filme divertido e que merece a confiança. Não é um filme com todos os elementos de Star Wars. Não é um filme que visa cativar fãs mais puristas. Contudo, com a mente aberta, o filme tem o seu valor em ouro, ou coaxium.