O Universo Cinematográfico da Marvel está em sua nova fase e, o novo longa Eternos chega como o filme mais diferente ao longo desses treze anos.
Os Eternos são uma raça que vive desde a antiguidade da Terra, criados pelos Celestiais com o intuito de combater os malignos Deviantes. Dotados de características como imortalidade e manipulação de energia cósmica, os Eternos se consagram como os primeiros grandes heróis da Terra, no entanto, são proibidos de interferir nos conflitos do planeta que não tenham ligações com os Deviantes.
A produção de Eternos
Dirigir um filme de super-equipes é geralmente complicado, ainda mais quando se trata de personagens não tão conhecidos. Contudo, a diretora Chloe Zao, faz jus a sua reputação neste filme.
Os personagens são todos bem apresentados, e muito bem trabalhados. Alguns ainda mais que os outros, apresentando problemas mais complexos, gerando mais profundidade ao personagem.
Além disso, a direção é certeira na forma como utiliza os personagens no decorrer da trama. Embora tenha algumas escolhas questionáveis que poderiam ter tomado rumos diferentes.
Eternos é, sem dúvida, o filme mais diferente da Marvel Studios, pois possui um tom mais denso e ritmo mais lento. No entanto, por se tratar de um filme de origem, com diversos personagens diferentes que retratam a atmosfera das divindades, é difícil imaginar um tom diferente que funcionasse tão bem quanto esse.
Porém, os poucos momentos de ação podem causar um certo desconforto para os fãs do UCM, já acostumados com a famosa “fórmula da Marvel”. Aliás, o filme consegue trazer uma forma diferente de narrativa, mas a fórmula que trouxe o sucesso para a franquia continua presente.
O filme também conta com uma excelente produção de efeitos visuais e sonoros, que tornam a experiência mais interessante, assim como o elenco repleto de nomes conhecidos.
O papel dos personagens na trama
Alguns personagens são mais interessantes que outros por conta de seu background, como Angelina Jolie, que interpreta a personagem Thena, com um tom um pouco diferente do que estamos acostumados a ver nos heróis da Marvel. Richard Madden, como Ikaris, é um dos principais elementos para o funcionamento da trama.
Barry Keoghan, como Druig, é quem tem os momentos mais reflexivos ao lado de Brian Tyree Henry, que interpreta o personagem Phastos. Lauren Ridloff, interpreta a personagem Makkari, a primeira super-heroína com deficiência auditiva e, também, responsável por ótimos momentos de ação.
Ma Dong-seok e Salma Hayek tem ótimos momentos de tela, importantes para o desenvolvimento do filme, tal como a jovem Lia McHugh. Já Kumail Nanjiani, é o responsável pelo alívio cômico.
No entanto, o protagonismo central fica em torno de Gemma Chan, como Sersi, que traz uma personagem que, certamente, veremos novamente nos futuros filmes da Marvel.
Conclusão
Infelizmente, há alguns problemas perceptíveis em Eternos. O último ato acontece com muita pressa, e as frequentes reviravoltas seguidas de flashbacks, tornam a experiências um pouco menos divertida. Aliás, esse não é um filme que conta com a “diversão” que esperamos ver em filmes de heróis.
E, se não tivessem tantas “piadinhas” em momentos mais sérios, isso não seria um problema. O grande problema está no desenvolvimento de um assunto sério, acompanhado de um alívio cômico desnecessário. Às vezes, funciona, mas nem sempre é necessário, como é caso deste filme.
Eternos é um filme ousado, diferente e emocionante, que abre o universo Marvel para possibilidades muito maiores e mais complexas do que já tínhamos antes. No entanto, o filme infelizmente conta com alguns problemas de ritmo, que, no entanto, não tiram os grandes méritos da produção.