Sonic 2 — O Filme chegou nas telonas pela Paramount e promete muita ação, muita comédia e muitas referências aos jogos que determinaram a popularidade do ouriço azul mais amado do mundo dos games. Será que cumpre? Vem conferir o que achamos da trama.
História
Após derrotar o Dr. Robotnik (Jim Carrey) e mandá-lo a algum lugar do universo — mais precisamente um planeta com uma abundância de cogumelos — Sonic (no original dublado por Ben Schwartz e no Brasil por Manolo Rey) agora quer usar seus poderes para o bem. Por isso, ele começa a “combater” o crime sob a alcunha de Justiça Azul.
Contudo, Robotnik cumpre sua promessa e consegue voltar ao planeta Terra, e traz consigo alguém que promete ser uma pedra no sapato de Sonic. Trata-se de Knuckles (Idris Elba), um equidna que possui relação passada com o ouriço azul.
Robotnik não está mais interessado em capturar Sonic, mas sim na joia primordial, a Esmeralda Mestre, que nada mais é do que uma joia feita para aprisionar as sete Esmeraldas do Caos. Com isso, ele se aproveita de Knuckles para tentar obtê-las e assim criar a arma suprema para conquistar o mundo.
Uma história sobre amizade
O primeiro filme do Sonic foi muito baseado na sua velocidade e como esse poder seria determinante para o futuro da franquia. Não somente isso, o ouriço, que ficou sozinho no mundo após ser salvo pela coruja Garra-Longa, achou em Green Hills um lar e uma família.
No segundo filme, a exploração se dá pela Esmeralda Mestre e os valores da amizade. O quanto ela é poderosa e pode mudar o mundo. É uma bela lição de vida. A adição da raposa de duas caudas, Tails, soma à trama, e vamos explorar um pouco mais à frente nesta crítica.
E toda a construção tem efeitos muito positivos, não somente em crianças, mas também nos adultos, com piadas pontuais e muita ação. Fora que Jim Carrey é um show à parte, tendo sido muito bem escalado para o papel.
Os acertos de Sonic 2 — O Filme
A adição de Tails e Knuckles expande muito o universo do Sonic. O primeiro, como o fiel melhor amigo do ouriço, e o segundo, que entra como um rival que anseia pela destruição do herói para recuperar a honra perdida em determinado momento do passado, esclarecido no decorrer da trama.
A química entre os personagens Sonic, Tails e Knuckles funciona muito bem em conjunto com a interação com Dr. Robotnik. Pode-se dizer que o núcleo não-humano é o principal mérito do filme, elevando a história a um patamar mais cartunesco, e deixa de lado a necessidade de interações com personagens que não são feitos de CGI. Assim sendo, é extremamente gratificante e nostálgico observar o quanto a produção se esforçou para que as três mascotes tivessem uma vida, um desenvolvimento de personagens muito bem elaborado. É notório o quanto Sonic aprende e desenvolve durante o filme.
Quanto a Tails e Knuckles, apesar de em determinado momento do filme parecer que não haverá explicações sobre como eles chegaram ali, é justamente nesse ponto que o espectador se engana. Ambos possuem motivações muito bem elaboradas, explicadas no decorrer da trama. Ponto positivo para como Sonic diz não confiar em Tails, já que ele não o conhece, mas deixa de lado isso e encontra na simpática raposa um novo amigo.
Já Knuckles, o filme não conta suas motivações até o trecho mais final do filme. Contudo, sabemos por Tails que o equidna é implacável, sendo uma forma de vida destrutiva e com sedento por vingança. E isso será explorado pelo Dr. Robotnik, para alcançar os próprios objetivos.
Os erros de Sonic 2
Se a exploração do núcleo de mascotes é um ponto muito alto e forte, o núcleo humano é aquele que causará estranheza no espectador. Se por um lado, essa interação foi um acerto no primeiro longa, no segundo é justamente o Calcanhar de Aquiles.
Por mais que essa interação seja uma âncora para lembrar a todos das origens do ouriço nas telonas, ela se torna algo desnecessário. Tom (Tom Marsden) e Maddie Wachowsky (Tika Sumpter) parecem até demonstrar certo desconforto nos papéis reprisados. Não chega a ser uma catástrofe, mas poderiam evitar um exagero na interação humana, para que a exploração de Sonic e sua turma brilhe mais.
Não somente isso, há toda uma trama envolvendo esse núcleo humano que, analisando o fato, é tudo muito conveniente e, no final das contas, não funciona tão bem quanto deveria. Mas, conforme dito, é superficial considerando tudo o que o filme traz. Lembrando que esse problema não é causado por Jim Carrey, sendo alguém essencial para a trama.
Conclusão
Sonic 2 carrega muitos clichês, mas com uma trama sólida, consistente, fortemente baseada na nostalgia, e fatalmente agradará o público infantil que não conhece tão bem o ouriço, bem como o público mais adulto, principalmente aqueles que jogaram os jogos. Esses clichês não atrapalham em nada sendo beneficiais.
Há referências em todos os lados, desde a fases dos jogos, a trajes do Robotnik e às invenções, bem como a situações reais mesmo. É um filme divertido e com muita ação, tendo cenas de tirar o fôlego, prendendo o espectador na poltrona até o último momento. Se não fosse a exploração mais exagerada do núcleo humano, o filme teria muito mais mérito.
Com isso, encerramos esta crítica dizendo para não deixarem de assistir ao filme nos cinemas. Garante diversão tanto para crianças quanto para adultos. É o melhor filme baseado em jogos da atualidade e tomara que venham mais.
E não se esqueça de ficar após os créditos finais, em sua primeira parte, pois há uma cena pós-crédito de tirar o fôlego, que dá a esse universo oportunidade de continuar sua exploração.