Mitologias são partes importantes do Universo Marvel. Não só temos grandes conjuntos e manifestações cósmicas espalhadas por várias histórias, como também personificações das crenças humanas.
Entre elas, toda a mitologia nórdica, apresentada através do herói Thor. Mas será que todos esses elementos fantásticos dos quadrinhos poderiam ser transportados para as telonas? Será que a Marvel conseguiu posicionar uma de suas estrelas mais distintas em seu Universo Cinematográfico?
Difícil de adaptar
Não que seja impossível, mas é certamente desafiador adaptar o mundo de Thor para o cinema. O conceito mais mundano do personagem, neste caso, o seu exílio e seu dever de proteger a terra, é um conceito interessante que poderia ter sido explorado corretamente neste filme, em específico.
Mas quando se trata de Asgard, os Nove Reinos, guerras, Thor de certa forma se perde. O filme começa promissor, com a personagem Jane Foster e seus dois companheiros de pesquisa, Erik e Darcy, investigam os céus atrás de um suposto fenômeno espacial.
O fenômeno é Thor, misteriosamente “caído dos céus”. Após esta introdução, voltamos alguns milhares de anos no tempo onde os conceitos épicos da trama são apresentados. Nesse caso, a guerra entre o Reino de Asgard e os Gigantes de Gelo, comandados por Odin, os exércitos de Asgard libertaram o Reino da Terra do terror dos Gigantes.
Na batalha final, Odin achou o Tesseract, fonte do poder dos Gigantes de Gelo. Sem ela, eles caíram para a ruína e Asgard prevaleceu. Odin criou seus dois filhos, Loki e Thor, para que um deles se tornasse Rei no futuro.
Mas após a invasão de alguns Gigantes de Gelo que tentaram roubar de volta o Tesseract do Salão de Troféus de Odin, Thor se enfurece e acaba invadindo seu mundo em ruínas.
A atitude estúpida do filho de Odin acaba sendo um ato de guerra, e, furioso, Odin exila seu filho e bloqueia seus poderes. Resta a Thor achar seu martelo e se provar digno, enquanto cria um laço amoroso com Jane Foster. Mal sabendo que tudo isso foi causado por seu irmão, Loki.
Novos elementos
Desde 2008, a Marvel já vinha flertando com a fantasia e a magia no UCM. Ainda assim, seus dois heróis introdutórios, Tony Stark e Bruce Banner, eram ambos cientistas. Suas habilidades ou poderes, eram frutos de suas próprias criações.
Portanto, é muito interessante como ela trabalha com a introdução da Magia e do surreal neste filme. Ciência e Magia coincidem, e são ambas representadas como Thor e Jane na história.
A história tem um tom bastante dramático, tanto pela própria natureza dos eventos que estão acontecendo. O aliado que se revela traiçoeiro, o exílio do protagonista, sua mudança de um arrogante orgulhoso para um protetor heroico. O próprio filme reconhece esses pontos da narrativa, fazendo piadas ou comparações durante certos trechos.
Mas não o suficiente, pois o filme se leva tão a sério, mas tão a sério, que vários momentos são questionáveis por parte dos diálogos. No geral, o filme tem uma história bem entendiante que se acha muito épica para seu próprio gosto. Ainda assim, as atuações de Chris Hemsworth, Tom Hiddleston, Natalie Portman e Anthony Hopkins são brilhantes.
Veredito
Thor é um filme mediano — talvez até um pouco medíocre. Tem conceitos interessantíssimos, mas são ofuscados por seu roteiro falho e a química deplorável entre Hemsworth e Portman. Suas cenas de ação são pouco inspiradas, o núcleo do protagonista poderia ter sido menos brega, a lista continua…
Esse, talvez, seja um bom filme para assistir em um dia entendiante, pois, assim você terá algo tão desinteressante quanto.