Dirigido por Scott Derrickson, Doutor Estranho está quase completando seis anos de lançamento e, com o UCM de hoje em dia, sua importância só aumentou.
No filme, o brilhante, porém arrogante, cirurgião Stephen Strange (Benedict Cumberbatch), sofre um acidente que destrói suas mãos. Agora, ele possui uma nova chance de recuperá-las, indo direto ao Kamar-Taj e adquirindo novas técnicas e ensinamentos com a Anciã (Tilda Swinton).
Doutor Estranho é um bom filme de origem?
Quando falamos de Stephen Strange, seu arquétipo de personagem é muito similar ao de Tony Stark, não é à toa que a interação dos dois foi muito bem aproveitada. É o tipo de personagem com o ego inflado, que acaba em uma situação deplorável e agora precisa se reconstruir.
Mas, o filme é bem eficaz em como realiza essa desconstrução e formação dessa nova persona. Ainda mais, com a entrega de Benedict Cumberbatch, pontual no humor e capta todos os lados contraditórios desse personagem; dividindo tela com a divertidíssima Rachel McAdams, cuja relação tem química, mesmo eles não sendo um casal.
Contudo, o humor do filme, em sua totalidade, nem sempre é bem dosado, afinal, algumas piadas bobas prevalecem mais do que deveriam. Além disso, Kaecilius segue um padrão terrível de vilão: o capanga sádico que serve a um mestre maior, com vários capangas genéricos ao seu redor. Mesmo que ele revele algo interessante na trama, nunca há espaço para trabalhá-lo realmente bem; embora seu visual seja agoniante.
Ainda assim, é interessante como o filme não perde tempo e o ritmo está sempre crescendo. Os segredos são revelados no momento certo, amarrando outras subtramas e definindo os personagens de vez. Dessa forma, a Anciã é um excelente ponto a ser destacado; além de seu humor cínico, sua sabedoria transmitida impõe um grau de respeito, que mesmo em meio à hipocrisia, rende um dos momentos mais lindos do filme.
Uma nova faceta para o UCM
Fato é: esse filme foi revolucionário para o UCM. Sendo responsável por apresentar o lado mágico desse universo, ele é muito satisfatório nesses aspectos da mística do personagem. A distorção de cenários e escala de determinadas cenas, trazem um visual estonteante e efeitos especiais ainda de tremenda qualidade.
As cenas de ação realmente empolgam e são imprevisíveis, afinal, cada personagem pode jogar uma técnica diferente e nos fazer ficar curiosos sobre como o outro irá reagir. Então, o filme é muito criativo no quesito de imersão dessa nova faceta.
Não existe medo em abraçar as maluquices da magia e da criação. Há cenas bem psicodélicas, como, por exemplo: a que mistura cores com ações, enquanto um personagem é transicionado em inúmeros cenários diferentes. Além disso, os próprios conceitos de vida e alcance dos magos são bem amplos.
Portanto, Doutor Estranho diverte, fascina e certamente lhe causará dor de cabeça. Mesmo com alguns elementos fracos, essa criação de universo e jornada de protagonista se mostram bem colocadas, sabendo mesclar a ação criativa com a transição do personagem.
A Avaliação
Doutor Estranho (2016)
Doutor Estranho diverte, fascina e certamente lhe causará dor de cabeça. Mesmo com alguns elementos fracos, essa criação de universo e jornada de protagonista se mostram bem colocadas, sabendo mesclar a ação criativa com a transição do personagem.