Dirigido por Reinaldo Marcus Green, King Richard: Criando Campeãs chegou recentemente ao catálogo do HBO Max e está se destacando pela atuação de Will Smith, que venceu o Globo de Ouro 2022 e é uma das grandes apostas ao Óscar. Mas, afinal, esta experiência impacta como deveria?
Nesta cinebiografia, Richard Williams (Will Smith) é um pai que determinado a tornar suas filhas, Venus (Saniyya Sidney) e Serena (Demi Singleton), em lendas do tênis. Com métodos nada tradicionais, ele está prestes a criar duas das maiores atletas de todos os tempos.
King Richard e a relevância da história

O contexto situado desta história, traz momentos e diálogos realmente pertinentes. É muito interessante ver as primeiras circunstâncias dessa história e o rumo que isso levou. Afinal, por conta do racismo na época, o processo era mais difícil ainda e, felizmente, o grande objetivo se mostra alcançado.
Dentro disso, há lições sobre humildade, dedicação e, claro, as inevitáveis falhas. O roteiro apresenta uma grande preocupação de Richard, conseguindo explorar isso muito bem. Então, esse personagem possui camadas interessantes, ele consegue ter atitudes questionáveis e relacionáveis, em simultâneo.
A interpretação de Will Smith passa sensibilidade e conseguimos notar seu esforço nesse drama. Saniyya Sidney e Demi Singleton também são ótimas, mesmo que Saniyya tenha um maior destaque, dada a situação imposta na história.
Nesse sentido, essa história passa por muitos pontos que, certamente, são inspiradores e merecem visibilidade. Os créditos finais ressaltam isso: toda a composição torna-se empolgante e pensamos no quão necessário foi acompanhar essa trajetória. A escolha de músicas é agradável, também.
O que poderia ser melhor

O filme apresenta um bom desenvolvimento, mas, às vezes, falha. Faltam mais cenas, mais momentos para serem mostrados e, consequentemente, uma contextualização mais rica. Dessa forma, do que nos é dito, conseguem trazer algum impacto e emoção, mas, no que é mostrado, nem sempre realizam com tamanha proeza. Falta também, uma estética mais saltitante aos olhos.
Poderiam ter transmitido mais intensidade e euforia para quem assiste. Os jogos de tênis, por exemplo, poderiam ser mais envolventes, como o filme demanda que eles sejam. E, claro, uma melhor abordagem para determinadas questões.
Existe a apresentação de situações, que nem sempre prosseguem na trama, portanto, sem um real desenvolvimento, dentro de um filme com duas horas e vinte minutos de duração. Ou, então, qual é o motivo do título “King Richard“?
Portanto, King Richard: Criando Campeãs é um filme que possui suas falhas, mas traz uma história interessante e importante. A trilha é bem posicionada, as atuações são ótimas e existem bons momentos dramáticos, a experiência é válida!