Dirigido por Joseph Kosinski, Top Gun: Maverick chegou recentemente aos cinemas, após sofrer alguns adiamentos. O longa continua os acontecimentos do filme original mais de três décadas depois e promete ser uma experiência digna de ser apreciada no cinema.
No filme, Maverick (Tom Cruise) está onde pertence, ultrapassando todos os limites e ainda se destacando por isso. No entanto, após ser convocado para voltar à Top Gun e orientar uma nova equipe para uma missão, ele fica receoso, afinal, um dos pilotos é filho de seu falecido amigo Goose.
Top Gun: Maverick e seu retorno

Primeiro, devemos dizer que o filme segue uma fórmula muito famosa hoje em dia, que consiste em: trazer uma sequência de um filme antigo, com parte do elenco original e novos personagens, de modo a conquistar tanto os fãs mais nostálgicos como um novo público. É aquela famosa briga do velho contra o novo e o abraço dessas duas eras.
O que não necessariamente é ruim, já que temos exemplos bem executados. Então, se você tem uma afinidade com o primeiro filme, certamente irá se afeiçoar às homenagens feitas aqui. Desde a trilha musical, até aos flashbacks bem posicionados. Falando em música, apostamos desde já que o filme ganhará o Oscar 2023 de Melhor Canção Original para Hold My Hand, de Lady Gaga.
As cenas de voo ainda mantêm um altíssimo padrão de qualidade visual, onde a câmera fica presa em excelentes ângulos ou abrange boas noções espaciais. Embora nada muito grave aconteça na história, a todo momento somos manipulados pela urgência e perigo de determinadas situações de tirar o fôlego — que alucinam qualquer um que assiste. Pode-se notar isso já nos primeiros dez minutos, dado o tamanho da escala e velocidade, que se tornam mais frequentes.
Nesse sentido, a alma do filme original está presente. Às vezes, é uma cena divertida dentro de um bar, em outras são pilotos praticando esporte na praia; o filme encanta por como sua simplicidade se mantém firme. Assim, dá para dizer que apostaram por um caminho mais seguro, pois a todo momento prometendo algo que não necessariamente entregam.
Alguns novos personagens ficam de lado. Eles não são necessariamente ruins, mas a história acaba subaproveitando-os de alguma forma. A própria personagem de Jennifer Connelly não convence o bastante como interesse amoroso, afinal, o roteiro diz que ela e Maverick já foram super apaixonados e vivem reatando, mas não dá para sentir isso através da tela, parece vago e com pouca química.
Consequências diretas

O conflito principal do filme, envolvendo Maverick e o filho de Goose, traz um ótimo senso de continuidade e peso narrativo. Tom Cruise é incrível por pilotar o caça de verdade? Claro! Mas mesmo estando em seus quase sessenta anos, ele continua a emocionar com suas entregas dramáticas, sua verdade no olhar emociona. É bom ver o personagem mais maduro também. Mesmo que ele ainda possua as atitudes que o caracterizam, sua jornada sobre cair, levantar e deixar as coisas no passado, é linda e resulta em um final maravilhoso.
Nós realmente sentimos a dor de Maverick e nos importamos com seu vínculo com Rooster. É uma culpa carregada que transborda na tela, proporcionando desde os momentos mais tristes até os mais arrepiantes; existe até uma boa solução no roteiro para o fortalecimento dessa relação. E não pense que o humor está de fora, as piadas são bem sutis na trama e despertam um sorriso.
Contudo, é de se estranhar como o grande interesse amoroso do filme anterior nem sequer recebe uma menção no filme, enquanto todos os outros personagens antigos recebem. Mas vale dizer que Val Kilmer tem uma participação bonita e tocante na história, onde a vida real e ficção se misturam.
Portanto, Top Gun: Maverick é uma sequência honesta e cheia de energia. A diversão se mostra garantida, mesmo que algo poderia ser melhor. Além da boa ação, o filme é bastante honroso ao original e proporciona momentos de aquecer o coração.