Faz muito tempo desde a última temporada de True Detective da HBO, e ainda mais desde a sua primeira e mais famosa temporada em 2014. Portanto, estabelecer conexões entre a história original e a nova temporada de seis episódios, intitulada Night Country, poderia ser um exagero.
Exceto que Issa López, a diretora e principal roteirista dessa nova temporada, intencionalmente evoca alguns dos elementos que tornaram aquela primeira história tão envolvente. Escrita e dirigida por pessoas diferentes, essa nova temporada também apresenta uma cena de crime horrenda, um atrito entre dois investigadores com personalidades e abordagens muito diferentes, e uma pitada de elementos sobrenaturais que podem ou não ser reais.
O cenário dessa vez é uma cidade remota no Alasca, onde toda a equipe de cientistas de uma estação de pesquisa ártica desaparece, deixando para trás telefones e sanduíches intocados. A princípio, parece ser um assunto para a polícia local, que entra na estação de pesquisa abandonada para investigar. Entre eles, Peter Prior, um jovem policial interpretado por Finn Bennett; seu pai Hank, um veterano policial local da mesma delegacia, interpretado por John Hawkes; e Liz Danvers, a chefe de polícia, interpretada por Jodie Foster.
Conflitos profundos: tensões sob o gelo
Fica claro que esse grupo de policiais tem seus conflitos — mas os conflitos percorrem toda essa pequena cidade. Há os nativos do Alasca contra os operadores de minas poluidoras, mas também há mães contra filhas, irmãs contra irmãs, maridos contra esposas, e assim por diante. Talvez até os vivos contra os mortos.
O conflito principal é entre a Chefe Danvers de Foster e praticamente todos. Mais fortemente, ela tem um passado explosivo com a Detetive Evangeline Navarro, que está interessada nesse novo caso — mas que ainda tem problemas com um assassinato em que as duas mulheres, quando eram parceiras, não conseguiram resolver.
No entanto, é esse novo caso que reaproxima Danvers e Navarro, trabalhando em um estado de quase constante atrito à medida que as pistas — e os mistérios e corpos — começam a se acumular. As duas protagonistas trabalham bem juntas e impressionam. Kali Reis, uma campeã de boxe indígena que se tornou atriz, interpreta Navarro. Esse papel a levou a um novo patamar, e ela é triunfante aqui também.
Foster, que tem várias cenas emocionalmente intensas como Danvers, carrega o peso dessa série de forma impecável. Como atriz, ela já explorou esse tipo de território antes, tão brilhantemente, em O Silêncio dos Inocentes. E ela não é estranha à televisão também. Seu primeiro trabalho na TV foi em um episódio de Mayberry, R.F.D em 1968.
Um retorno triunfante com Night Country
Night Country é a melhor fase dessa série de antologia desde a original. Assim como da primeira vez, a direção e o clima são impecáveis, bem como a atuação e o roteiro. Como diretora, López extrai cada gota de tensão e horror de seus roteiros.
E as cenas de locação no Alasca, filmadas na Islândia, proporcionam alguns dos panoramas de inverno mais remotos e desolados desde que Stanley Kubrick filmou O Iluminado. Também contribuindo incrivelmente para o clima está a música. A abertura da produção foi uma escolha extremamente apropriada da canção de Billie Eilish, Bury A Friend. É arrepiante, original e assombrosa. Assim como essa nova temporada de aniversário de dez anos de True Detective.
A Avaliação
A quarta temporada de True Detective, 'Night Country', traz elementos marcantes da série original em uma trama ambientada no Alasca. Destaca-se o conflito entre a chefe de polícia e a detetive Navarro, além das atuações e atmosfera envolventes. Considerada uma das melhores temporadas desde o início da série.
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