Você já ouviu falar das joias roubadas no aniversário da imperatriz Teresa Cristina? Antes de mais nada, quem é essa imperatriz?
Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias: a chamada Mãe dos Brasileiros, filha do rei Francisco I das Duas Sicílias e Imperatriz do Brasil. Todos esses títulos pareciam importar muito pouco para os brasileiros da época, alegando que a esposa de Dom Pedro II se vestia mais como uma dona de casa de classe média do que uma mulher de classe nobre.
Mesmo assim, isso não significava que Teresa Cristina não tivesse ao seu dispor as joias mais valiosas e impressionantes da época. Seu catálogo pessoal continha peças de herança e presentes de amigos.
O roubo
No dia 14 de março de 1882, todo o Palácio da Quinta de São Cristovão, no RJ, comemorava o seu aniversário com um belo baile. Depois de muita festa, todos foram dormir, e um ladrão aproveitou a oportunidade para roubar as joias de Teresa Cristina, da princesa Isabel e da Baronesa Fonseca Costa, a dama de companhia da Imperatriz.
Em primeiro lugar, vamos aos acontecimentos. Na comemoração de Teresa, os itens foram utilizados, e após o término da festa, o casal foi para Petrópolis. Eventualmente, o Palácio contratou Frascisco de Paula Lobo para garantir que os itens permanecessem em segurança.
A coleção da Quinta da Boa Vista seria avaliada em R$ 85 milhões de reais na atualidade. Além de serem muito preciosas, outro fator no roubo também era preocupante: a fraqueza da monarquia. A realeza não estava bem fazia tempo, com o apelido de Dom Pedro II, Pedro Banana, popular entre os cariocas. Agora, esse roubo das relíquias somente fazia com que a família imperial brasileira parecesse ainda mais vulnerável. Como a realeza cuidaria da população, se não conseguia nem prestar atenção no que acontecia na própria casa?
No entanto, Francisco não possuía a chave do cofre-forte do Palácio, e após procurar muito as chaves do cofre recebeu ajuda. Outro serviçal, Pedro Paiva, o auxiliou a guardar as joias em um armário, em uma sala nos aposentos reais. Logo depois, o baú sumiu.
Roteiro de novela
No dia 27, recuperaram as joias com um roteiro digno de novela, o qual os veículos de mídia noticiaram na época. O chefe da polícia recebeu uma carta anônima, repleta de gracinhas sobre o roubo. Contudo, em vez de zangar-se ou sentir desânimo com a situação, o chefe se animou com a situação. Junto de outros companheiros, disfarçou-se com barbas postiças, e seguiu a indicação da carta que o levava à casa de Manuel Paiva, irmão de Pedro Paiva, o guardião das chaves do cofre.
No lugar aguacento, os policiais começaram a cavar o terreno. Então, o Chefe da Polícia descobre uma lata de biscoito ou manteiga (ninguém sabe dizer ao certo), e grita: “Cá estão!” Ainda seguindo as instruções da carta escrita pelo próprio Manuel (como seria descoberto depois), o homem encontra outra lata pouco metros da primeira, quadrada e grande, que contém o restante das joias.
Desfecho da história
Enfim, as investigações trouxeram a prisão dos irmãos Paiva e de Francisco de Paiva Lobo, provado como inocente pouco tempo depois. Seja como for, pouco valeu o esforço dos policiais, já que tempos depois as joias particulares de Teresa seriam leiloadas pelos militares depois do Golpe de 1889, junto às peças oficiais da coroa.
Pronto, agora você já sabe tudo sobre as joias roubadas no aniversário da imperatriz Teresa Cristina. Mas, esperamos que pelo menos o coitado do Francisco tenha ganhado uma promoção e não demissão depois de toda essa bagunça…
Referências: Aventuras na História; Hora do Povo