Inteligente, generosa e apaixonada pelo povo brasileiro. Estas eram as qualidades que definiam melhor a Princesa Leopoldina, que, nascida em 1797, já era arquiduquesa da Áustria, princesa da Bohêmia e da Hungria. Contudo, nenhum desses títulos contribuiu que a Imperatriz vivesse uma vida feliz.
Criada com o pensamento de que sua existência tinha como propósito, casar e procriar, não relutou ao ser cortejada por Dom Pedro I. Era um casamento arranjado com o objetivo de melhorar os status de ambas monarquias após a Era Napoleônica.
A união parecia formidável, e antes mesmo de deixar Viena, se casaram no papel. Posteriormente, Leopoldina se depararia com um marido de gênio forte e que dava escapadas noturnas.
Após quatro anos, Maria Leopoldina e o Príncipe anunciavam a chegada do primeiro herdeiro. As gestações seguintes não trouxeram tanta felicidade quanto a primeira, já que de suas sete gestações, apenas quatro sobreviveram.
O grande número de gestações provocou consequências na saúde, e as escapadas de Pedro eram cada vez mais recorrentes. Leopoldina era mulher culta. Falava alemão, francês, italiano, português e inglês. Desde pequena, tinha interesse em Mineralogia e Botânica. Não é de admirar que logo se voltou para a política.
No ano de 1822, a princesa regente assina o decreto de Independência do país, separando Brasil e Portugal. Hoje, sua participação na política é abreviada, e até mesmo esquecida. Fora suas contribuições no campo político, trouxe artistas e cientistas europeus para o país.
O imperador havia encontrado uma amante fixa: Domitila, a marquesa de Santos. Enquanto a esposa passava fome devido a crise econômica, a marquesa recebia joias e presentes caros. Domitila passou a morar no Rio de Janeiro, e era tida como a Imperatriz não oficial, o povo a adorava. E Leopoldina era humilhada e ignorada.
“Começo a crer que se é muito mais feliz quando solteira, pois agora só tenho preocupações e dissabores que engulo em segredo. Infelizmente vejo que não sou amada”
Leopoldina, em carta a irmã
Em 1826, Dom Pedro I foi para o Rio Grande do Sul a fim de acompanhar a Guerra da Cisplatina. Sua esposa o tinha avisado que quando ele retornasse, ela não estaria mais ali. E assim, foi: em dezembro daquele mesmo ano, o corpo sofreu mais um aborto espontâneo. A saúde piorou e no dia 11, febre, hemorragias e delírios causaram o fim da mulher que lutou pelo Brasil.
Há rumores que o fantasma da Imperatriz Consorte assombrava o Museu Nacional. A figura deprimida teria até mesmo cruzado na Época do Império, com o ex-marido, que correu para o quarto chorando.
Leopoldina continua a fazer história.