Quem nunca teve problemas com o pai, ou com a mãe, ou com os dois? Katie Mitchell vive em um ambiente onde ela não consegue se encaixar, principalmente devido ao seu pai. É possível afirmar que todo mundo já teve problemas assim. Mas nada que um apocalipse não possa resolver.
Ela é muito antenada, gosta de criar memes, é extremamente criativa e faz vídeos com papelão, brinquedos e seu Pug como ninguém — alô, Policicão! O pai, Rick Mitchell, já é o oposto: não sabe como funciona a tecnologia, não sabendo nem mesmo abrir um navegador; não entende como os filhos — e a esposa — não trocam os celulares por um acampamento na natureza.
Dentro deste cenário, enquanto vai crescendo, Katie vai buscando seu lugar no mundo, e está cada vez mais convencida de que sua identidade está longe de sua casa. Ao ser aprovada em uma faculdade que fica do outro lado do país, e conversando com seus novos colegas, fica cada vez mais empolgada para chegar logo o dia de sua viagem e dar adeus à família.
Ela só não contava com seu pai, que, vendo uma oportunidade de reaproximação com a filha, decide cancelar a viagem de avião para poderem ir de carro.
Enquanto isso, o dono da maior rede social do mundo exibe sua nova inteligência artificial, elevando-a a um novo nível — alerta de clichê —, fazendo com que as máquinas se revoltem contra os seres humanos, capturando-os todos (ou quase todos), para erradicá-los da face do planeta Terra.
Já deu para perceber que o enredo é extremamente insano, contudo, extremamente bem executado. Família Mitchell e a Revolta das Máquinas é um filme que não se leva a sério, e agradeça por ser assim.
Agradeça mais ainda por ser a Sony, a distribuidora responsável. Ela foi a mesma que nos trouxe a aclamadíssima, aplaudidíssima e sensacional animação Homem-Aranha no Aranhaverso (2018). É possível perceber os mesmos traços aqui e ali. Sem mencionar nos detalhes de tela, adendos e onomatopeias. E o filme é simplesmente hilário.
Mergulhe, mas mergulhe fundo, de cabeça mesmo, nesta bizarra aventura, que junta de tudo um pouco: ação, aventura, drama, comédia (muita comédia) e o ensinamento do real significado de família. Não é uma aventura à lá Pixar, mas mesmo assim não deixa em nada a desejar. E no final do filme, não estranhe se você também não souber a diferença entre um cão, um porco e um pão de forma.