Dirigido por Joel Coen, A Tragédia de Macbeth chegou recentemente ao catálogo do Apple TV+. O longa, baseia-se na peça Macbeth, por William Shakespeare.
No filme, Macbeth (Denzel Washington) acaba de voltar de uma guerra. No meio do caminho, três bruxas (Kathryn Hunter) o revelam que ele será o próximo rei da Escócia. Ao contar a notícia para sua esposa (Frances McDormand), eles planejam o assassinato do atual rei, para garantir o reinado de Macbeth.
A forma de A Tragédia de Macbeth
Em técnica, não há o que reclamar do filme. É impressionante a forma com que utilizaram as composições visuais, além do preto e branco reluzente. Tudo está devidamente polido e se destaca aos olhos: às vezes uma pequena iluminação, uma névoa ou até uma sombra.
É claro que se trata de uma história do século XVII, mas é interessante como a linguagem adquire esse estilo mais “clássico”. Os cenários, propositalmente, se encaixam em um tom mais antiquado e se comedem ao que está sendo contado. É impossível não se lembrar de Nosferatu (1922), ou O Sétimo Selo (1957).
A utilização de som, também merece destaque. Os sons são usados da maneira correta, nos imergindo nas mais variadas situações apresentadas; o bater de uma porta se torna importante, assim como uma gota d’água. É tudo muito sutil e preciso.
Nesse sentido, o cuidado com todas as composições do que vemos e ouvimos, deixa parte da experiência muito agradável. Existe resgate, identidade e beleza na forma de contar a história.
O teatro filmado
A Tragédia de Macbeth não é um filme fácil. Este, com certeza, será melhor apreciado se você tiver algum tipo de noção da história original; e, claro, se você tiver afinidade com esse estilo mais peculiar.
A maior impressão que o filme passa é a de estarmos assistindo a um teatro filmado. Afinal, tudo soa no tom teatral: o rigor na escrita, as interpretações e a ambientação. E existe essa escolha de nem sempre atualizar o texto para algo mais palatável; até rimas existem.
Então, o filme nem sempre será de fácil identificação para todos que assistem, e está tudo bem. Ainda sim, a história toca em pontos muito interessantes para reflexão, falando sobre: traições, cobiça e seus efeitos.
Denzel Washington e Frances McDormand contracenam muito bem, além de terem muitos momentos individuais para demonstrarem sua competência. No entanto, quem realmente se destaca é Kathryn Hunter: seus trejeitos, voz e até como Coen mostra a bruxa, deixam-na em um pedestal altíssimo.
Portanto, A Tragédia de Macbeth é um filme diferente que, com certeza, merece sua apreciação!