Dirigido por Joel Schumacher, Batman Eternamente seria a continuação de Batman: O Retorno, mas, dessa vez, sem Michael Keaton no papel do Homem-Morcego. O longa inicia uma onda de decaimento, que, no futuro, seria mais gritante.
No filme, o Charada (Jim Carrey) se une ao Duas-Caras (Tommy Lee Jones), com a intenção de derrotar o Batman (Val Kilmer) de uma vez por todas. Nesse tempo, acaba ocorrendo um acidente na família do jovem acrobata Dick Grayson (Chris O’Donnell), que posteriormente se tornaria o Robin, sidekick do Batman.
Batman Eternamente e o cúmulo do ridículo
Se antes tínhamos vilões memoráveis como: Coringa, Pinguim e Mulher-Gato, Batman Eternamente não se esforça nem para fazer o mínimo. Jim Carrey está sendo o Jim Carrey, fazendo as mesmas caretas que ele sempre faz. Enquanto Tommy Lee Jones está extremamente perdido, com maneirismos muito forçados.
E esse é um dos pontos que o filme falha. Os vilões anteriores tinham um certo destaque em relação ao protagonista, porém, não eram vergonhosos. O filme não sabe dosar seus personagens a ponto de termos interesse em acompanhá-los, como, por exemplo, a personagem de Nicole Kidman. Qual é a função dela na história a não ser dar uns amassos no Bruce/Batman?
Essa Gotham é extremamente artificial e monumental, com composições extremamente destoantes de um tom mais soturno que o filme faz questão de abandonar. O próprio uso de cores nas cenas é de uma “breguice” sem tamanho, tudo se torna teatralmente infantil e amador.
Falta impacto e pontualidade nas cenas de ação, elas são muito desgovernadas. O filme não estabelece ritmo algum, não tem nada nessa história capaz de nos instigar a ficar até o final. O que é aquela cena do Dick e do Alfred na lavanderia? Ou o primeiro diálogo do filme? E o Batman sorrindo para a tela? São inúmeros elementos desnecessários!
O filme tem coisas boas?
Existe uma discussão interessante sobre os traumas do Batman e o que move-o, mesmo que seja abordada superficialmente, queiramos ver mais disso. Além disso, Val Kilmer é visualmente interessante como Bruce Wayne, trazendo uma certa dose de sarcasmo ao personagem.
E mesmo que o humor do filme seja completamente desbalanceado, muitos dos momentos com o Alfred de Michael Gough são divertidos.
Contudo, o filme também poderia acertar se fosse um projeto paralelo aos filmes do Tim Burton. Mas até nisso ele erra. Notar que os eventos dos filmes anteriores são considerados nessa história, tira um pouco do brilho desse universo.
Portanto, Batman Eternamente é muito cafona. Ele demonstra um baixíssimo nível de qualidade e vergonha alheia para quem assiste. Se você conseguir assistir até o final, parabéns.