O filme de terror produzido por Sam Raimi, Rogai Por Nós (The Unholy), chegou aos cinemas recentemente com uma premissa interessante e um elenco convidativo.
No longa, baseado no livro de James Herbert, um jornalista (Jeffrey Dean Morgan) em busca de um retorno para sua carreira, investiga uma jovem com deficiência auditiva (Cricket Brown) que recebeu um milagre pela Virgem Maria e, repentinamente, passou a ouvir, falar e fazer milagres com enfermos. Porém, uma série de atividades sinistras começam a acontecer na cidade, demonstrando que há algo assustador por lá.
O filme aborda alguns assuntos interessantes, como a discussão de falsos profetas ou a manipulação da mídia para notícias supersticiosas, ou até mesmo falsas. Porém, infelizmente, a ideia não se mantém, pois, o longa é vendido como uma obra de terror e precisa entregar isso.
Com a abordagem do terror, a história acaba caindo em clichês bastante ultrapassados, como efeitos visuais péssimos e uso exacerbado — e nem um pouco inesperado — de jump scare para tentar assustar o telespectador, o que raramente funciona e, em alguns momentos, chega a ser hilário a forma como é usado.
No entanto, a história inicial ainda prende a nossa atenção pela curiosidade em descobrir o desfecho do enredo, mas, infelizmente, a narrativa é muito mal escrita e acaba ficando entediante em alguns momentos. Isso pode ser justificável por este ser o primeiro filme dirigido por Evan Spiliotopoulo, é perceptível a falta de experiência do diretor por conta de escolhas tomadas por ele neste filme. A forma como ele constrói a trama serviria muito bem, se este filme se passasse nos anos 80, por exemplo.
O filme não possuí uma trilha sonora marcante e também não conta com bons efeitos visuais, porém, pode se esperar momentos bastantes divertidos por conta da atuação de Jeffrey Dean Morgan que, mesmo não apresentando nada de grandioso, é divertido em alguns momentos. Mas esta é a única crítica positiva para o elenco, que embora seja convidativo, deixou muito a desejar.
Rogai Por Nós é um filme de terror barato que não apresenta nada de novo e se perde em misturar drama com criaturas sobrenaturais, embora apresente uma ideia e discussões pertinentes que lembram o excelente Saint Maud (leia nossa crítica aqui), o longa acaba se parecendo a um episódio ruim de Supernatural.