Em O Visionário, observamos o fim do romance de dois amantes, com um final bem infeliz. Com um começo inesperado, só podemos confirmar nossas suspeitas sobre o caso de amor ao fim da obra. Se estamos procurando histórias com finais mórbidos, só precisamos encontrar algo de Edgar Allan Poe.
Ao ler o conto, temos a sensação de estar tateando a história no escuro junto com o narrador, que busca entender os acontecimentos ao seu redor. Exceto por Marquesa Afrodite, os outros personagens da trama permanecem anônimos, inclusive quem está contando a história.
Com uma linguagem muito mais rebuscada que Morella e Berenice, o autor talvez use da descrição exagerada uma maneira de criar suspense na trama, mas a tentativa seria melhor sucedida se fosse breve: a partir das palavras, criamos expectativas e somos decepcionados quanto ao fator terror e surpresa ao fim da narrativa.
Mesmo assim, O Visionário permanece uma leitura interessante, seja por mostrar a linguagem comum da época ou introduzir os mais leigos ao mundo de Poe: amor, horror e dor.
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