Os contos de fadas nunca saem de moda. Com releituras e adaptações, é normal que a gente se depare com as histórias da nossa infância nas prateleiras. Porém, existem muitos contos que acabam sendo deixados de lado por nós, e O Colar da Princesa Fiorimonde entra nessa lista.
Esta história, resgatada de 1880, conta que a princesa Fiorimonde era muito bela, e por isso, atraía pretendentes de todos os lugares do mundo. Mas, disposta a não se casar, a princesa transformou os reis e príncipes em contas de um colar que ostenta em seu pescoço. Até que um dia, o melhor amigo do príncipe Florestan descobre seu segredo.
Não há dúvidas de que a Sociedade das Relíquias Literárias acertou em trazer a publicação deste conto de Mary de Morgan. Com apenas 45 páginas, a edição é uma leitura muito fluida e confortável, que se destaca pelo enredo diferente.
Um conto de fadas moderno
A princípio, é difícil acreditar que uma história tão boa tenha ficado escondida por tanto tempo. O Colar da Princesa Fiorimonde possui todas as características de seu gênero, mas organizadas de uma maneira espetacular, com diversos elementos atuais.
Só para ilustrar, nós temos uma protagonista que, apesar de muito bela, é uma bruxa. Mesmo atualmente, isso não é algo tão comum de se ver na TV e nos livros. Agora, imagine isso em um livro do século XIX escrito por uma mulher.
Era uma vez um rei cuja esposa havia falecido. Sua filha, a princesa, era tão, tão bela que todos imaginavam que fosse uma pessoa tão boa quanto sua beleza, quando, na verdade, ela não era apenas má, como também praticava bruxaria.
Juntamente com uma bela vilã protagonista, temos também o fato de que essa princesa má não tem qualquer interesse amoroso. Afinal, ela não quer casar com ninguém. Acima de tudo, Fiorimonde quer continuar praticando bruxaria e sendo admirada por todos pela beleza.
O Colar da Princesa Fiorimonde
Logo que o colar aparece, a curiosidade só aumenta: Como o colar funciona? Ele pode ser destruído? Será que a corte não nota que as contas do colar continuam aumentando? Podemos dizer, até, que o colar se tornou um personagem nessa trama, por ter um papel tão importante (e por ser tão amado pela princesa).
— Ah, meu orgulhoso amante! Está aí? Meu colar está mesmo acima de todos os outros!
A escolha da autora em ter um colar como um artefato mágico é precisa: elegante, discreto, perfeito para atrair vítimas e ressaltar a beleza de Fiorimonde. Além disso, é uma maneira genial de alfinetar a vaidade da mulher, trazendo uma lição de moral que fala por si à medida que lemos.
Vale a pena ler?
Se for para ser sincero, sim. O Colar da Princesa Fiorimonde é uma história simples, mas muito genial com o pouco que apresenta. É uma leitura muito leve que pode ser concluída em um dia, e que traz ótimas reflexões para crianças e adultos.
Fascinante, admirável e muito revolucionário, todo amante de conto de fadas precisa conhecer o trabalho de Mary de Morgan.
A Avaliação
O Colar da Princesa Fiorimonde
Fascinante, admirável e muito revolucionário, todo amante de conto de fadas precisa conhecer o trabalho de Mary de Morgan.
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