Imagine que a gravidade se tornou apenas uma fração do que é agora e, tudo que está no chão começasse a “cair para cima”, para sempre! É com essa ideia genial que Joe Henderson escreve a história de Skyward, uma história em quadrinhos com uma ideia inicial que parece simples, porém abre portas para inúmeras possibilidades bastante interessantes.
Nos quadrinhos, um dia, a gravidade deixou de ser o que era, se tornando apenas uma pequena porcentagem comparado com o que temos hoje. No futuro, 20 anos depois, a humanidade se adaptou a nova realidade de baixa gravidade. Então conhecemos Willa Fowler, uma jovem que era apenas um bebê no Dia G, e agora descobriu que seu pai tem um pouco de culpa pelo incidente da baixa gravidade.
Com o uso da premissa de “o que aconteceria num mundo sem gravidade?”, o autor, Joe Henderson, constrói um mundo único e repleto de possibilidades que podem ser exploradas na trama. E isso é um dos triunfos de Skyward, já que o autor abusa da criatividade para a construção do mundo. Como a forma que os humanos passaram a se adaptar ao mundo; com o agronegócio totalmente reformulado para sobreviver a baixa gravidade; a forma como os personagens se locomovem e os aparelhos tecnológicos para facilitar a vida destes; além de insetos gigantes e tempestades interessantíssimas —que não vamos falar muito para não estragar a experiência.
No entanto, o autor não mostra isso tão a fundo, o que aguça mais ainda a curiosidade para explorar o mundo e ver mais sobre como as coisas estão. Com isso, a protagonista Willa sonha em conhecer o mundo, e é com ela que exploraremos esse universo nas próximas edições… E é Willa quem conduz a história. Se trata de uma personagem com todas as angústias de uma adolescente, que carrega consigo inúmeros conflitos pessoais como relacionamentos amorosos, amizades, e a busca por aventuras, além de tentar ajudar seu pai.
A mistura da ideia “extraordinária” da baixa gravidade, com os problemas humanos da adolescente, tornam a leitura divertida, e é muito fácil se identificar com a personagem logo de cara. Quando as coisas começam a acontecer, surge um sentimento de urgência, o que é um dos pontos positivos graças à excelente escrita da narrativa.
Outro ponto excelente é a arte de Lee Garbet. Como se trata de um mundo quase sem gravidade, naturalmente as coisas precisam estar em constante movimento, e a arte é tão incrível que consegue nos passar o sentimento de vermos as coisas se movimentando, o que torna a história ainda mais imersiva.
Skyward é mais uma excelente história em quadrinhos da Image que chegou ao Brasil pela Devir, e assim como em outras HQs que chegaram pela editora, possuí alguns capítulos compilados em um único volume — nesse caso são os cinco primeiros capítulos. E, com certeza, é mais uma ótima, interessante e curiosa história que prende o leitor no momento em que se inicia a leitura, até a última página.