A segunda temporada de Andor faz o impossível: conta uma história que se passa ao longo de quatro anos em apenas 12 episódios. E a jornada vale definitivamente a pena até o final.
Lembramos bem do burburinho quando a primeira temporada estreou no Disney+. Um prelúdio de Rogue One: Uma História Star Wars — que já é um prelúdio por si só — parecia uma jogada estranha, até mesmo para a nova abordagem ousada da Disney sobre a galáxia de Star Wars. Mas acabou sendo um sucesso, e os fãs ficaram ansiosos por mais, especialmente para ver como a série se conectaria aos eventos do filme que originou o protagonista da série.
A segunda temporada começa exatamente de onde a anterior parou, com Cassian Andor já como um membro competente da recém-formada Rebelião, que continua engatinhando e está longe de ser a força que conhecemos em Star Wars: Uma Nova Esperança.
Personagens como Bix e Luthen continuam presentes, enfrentando seus próprios dilemas e dificuldades. Isso cria uma dinâmica interessante com Cassian, que só queria passar seus dias em paz com Bix, mas não consegue tirar da cabeça a voz de Luthen, insistindo sobre os horrores do Império e a necessidade de enfrentá-lo.
O outro lado da guerra
E não é só do lado da Rebelião que a trama se desenvolve. No lado imperial, o Império Galáctico — cada vez mais poderoso — volta sua atenção para o planeta Ghorman, buscando mãos firmes para colocar o local sob controle.
Ghorman, aliás, praticamente se torna um personagem por si só na segunda temporada. Acompanhamos em detalhes como o planeta muda ao longo de quatro anos.
Sim, o segundo ano de Andor conta uma história que atravessa quatro anos em apenas 12 episódios, com arcos de três episódios representando cada ano. Durante a Star Wars Celebration, Tony Gilroy explicou melhor essa decisão.
“A ideia original era cobrir cinco anos… Mas, conforme fomos produzindo a série, percebemos o tamanho do projeto. Não dava. A solução foi contar a história em blocos de três episódios, um por semana, quase como se lançássemos um filme por semana.”
“Gostaria de dizer que foi um plano genial… mas teve efeitos colaterais que funcionaram muito bem. Isso deu mais energia à história, às atuações, e nos permitiu fazer muitas coisas que o público vai perceber assistindo. É muito empolgante.”
Sem spoilers aqui, mas adiantamos que os três primeiros episódios têm um ritmo um pouco mais lento. Há ótimos momentos, especialmente no arco da Bix, mas quando a história muda para Ghorman, os riscos aumentam de forma absurda e a tensão sobe às alturas.
Outro aspecto que realmente merece destaque são os personagens e as atuações. Diego Luna está excelente como sempre no papel de Andor, mas o elenco de apoio brilha tanto que às vezes esquecemos quem é o protagonista.
Nós poderíamos passar horas falando sobre o arco de Syril em Ghorman ou sobre a sede infinita de poder de Dedra. Contudo, outra personagem que nos marcou foi Mon Mothma. A atuação de Genevieve O’Reilly a torna uma das âncoras da série, e há uma cena específica que vai ficar conosco por muito tempo.
Um final à altura
É uma montanha-russa emocional. E embora fôssemos adorar ver mais temporadas de Andor, achamos que a decisão de encerrar na segunda faz sentido e permite que a série termine em um ponto alto. Ao final dos últimos três episódios, estamos perigosamente perto dos eventos de Rogue One. O contexto extra oferecido por essa temporada torna o filme ainda mais impactante.
Durante a Star Wars Celebration, Diego Luna disse que esperava que os fãs ganhassem uma nova compreensão e valorização do filme após assistirem à segunda temporada de Andor. Garantimos que é exatamente isso que acontece.
Se você curtiu a primeira temporada, vai amar a segunda. E, se quer uma dica nossa: assista a Rogue One logo em seguida — você vai enxergar o filme com outros olhos.
A Avaliação
Andor (2ª Temporada)
A 2ª temporada de Andor traz drama, tensão e grandes atuações em uma história que avança quatro anos ao longo de apenas 12 episódios.
Detalhes da avaliação;
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Nota