Dirigido por Quentin Tarantino, Kill Bill – Volume 1 é a primeira parte desta grande história, que foi separada em dois filmes. Esta é uma clássica história de vingança, repleta de referências do diretor e extremamente cultuada na comunidade cinéfila.
No filme, uma ex-assassina (Uma Thurman) acorda de um coma de quatro anos, decidida a se vingar de Bill (David Carradine), o homem que tentou matá-la. Ela está motivada a acertar as contas com cada uma das pessoas envolvidas nessa tentativa de assassinato, que ocasionou outras mortes.
O impacto dessa introdução
O fato de Kill Bill não ser uma história linear é o que deixa esse filme tão atrativo. Logo no início, temos um embate feroz, que mostra toda a determinação e preparo dessa protagonista. Por que ela está fazendo isso? Por que essas pessoas em específico fizeram isso com ela? Ainda não sabemos. Contudo, aos poucos, tudo vai se encaminhando.
Nesse filme, temos uma noção de quais são as regras desse universo. As coisas mais absurdas e exageradas são possíveis, assim, a suspensão de descrença funciona muito bem. Somos presenteados com excelentes cenas de ação, recheadas de sangue e coreografias muito bem realizadas. A sonoplastia desses momentos ajuda muito na nossa imersão, também.
O filme é um épico. Nós realmente gostamos de acompanhar ******* e entendemos o motivo de sua fúria, tudo que ela faz soa muito imponente e empolgante. Dessa forma, Uma Thurman abraça essa personagem de vez e entende cada feição necessária para criarmos o vínculo com a personagem.
A personagem de Lucy Liu é a grande antagonista deste recorte. A introdução de O-Ren Ishii, feita em um excelente momento de animação, cria toda a atmosfera dessa personagem e a torna multifacetada. Assim, interpretação de Lucy é ameaçadora e até imprevisível.
Muitos desses elementos já são fixos nesse recorte e nem sempre serão resolvidos aqui. Dessa forma, o filme poderia ser um desastre e soar menos do que é, mas, a dinâmica imposta do Tarantino faz com que apenas o essencial dessa proposta se mostre, para ficarmos investidos na história e querermos saber o desfecho dela. Ou seja, ele funciona muito bem por si só.
O estilo abordado
Quentin Tarantino é um grande apreciador do cinema. Em Kill Bill, ele se aproveita isso e extrapola nas referências, como, por exemplo, o uniforme amarelo utilizado pela protagonista ser o mesmo que Bruce Lee usou em Jogo da Morte (1978). Além de inúmeras referências ao cinema asiático de Kung fu e Samurai.
Nesse sentido, o filme trata esse estilo de maneira honrosa. Há momentos onde estamos apenas contemplando o que está sendo mostrado. Além da quantidade e escala, temos muitos momentos simbólicos, também. Assim, ele consegue ser escrachado e respeitoso, em simultâneo. Conseguimos sentir o poder daquelas representações.
A própria seleção de músicas favorece a experiência. Além de muitas delas estarem no contexto apresentado, é impressionante como cada uma dessas se encaixam perfeitamente nos momentos em que são adicionadas.
Existem ótimas brincadeiras com o uso de cores do filme, principalmente nas últimas cenas de ação. Dessa forma, ele está o tempo todo brincando com as nossas emoções, com as imprevisibilidades desse mundo. O impacto vai além da história, afinal, o filme tem vida própria, graficamente falando.
Portanto, Kill Bill – Volume 1 é excepcional em como nos imerge dentro dessa história. A identidade de tudo que está sendo mostrado ou ouvido, marcam esse filme no nosso imaginário e nos deixam mais instigados ainda para saber o desfecho disso tudo!