A arte e suas formas variáveis permeiam o imaginário da humanidade. Algumas se sobressaem e causam diferentes tipos de sensações, como, por exemplo, a arte biomecânica de H.R. Giger (1940 – 2014).
Hans Ruedi Giger foi um artista plástico suíço com obras em diversas áreas da arte — pintura, escultura, design de comunicação e de interiores, para citar algumas delas —, no entanto, o cinema foi onde ele ganhou seu maior destaque.
Neste artigo, conheceremos mais sobre o gênio por trás da arte biomecânica, o criador dos Xenomorfos, H.R. Giger.
O que é arte biomecânica e quem é H.R. Giger?
A arte biomecânica é caracterizada por criar designs que mesclam formas orgânicas e mecânicas de modo que pareçam interligadas, como se fossem parte do mesmo organismo: fusão de formas que lembram partes do corpo humano (como músculos, ossos e articulações) com elementos que parecem mecânicos (como engrenagens, cabos e estruturas metálicas), por exemplo.
Além disso, possui um visual surreal e futurista, com detalhes intrincados e uma aparência tridimensional. Ela pode transmitir uma sensação de estranheza e desconforto, semelhante à estética do “corpo estranho” encontrada nas obras de H.R. Giger.
Giger foi um artista suíço, cuja obra influenciou diversas áreas da cultura pop através de sua coleção de arte, que explorou temas biomecânicos, ciborgues, sexualidade e o estranho.
Ele era conhecido por suas pinturas, esculturas e ilustrações, que frequentemente apresentavam criaturas e ambientes surreais e futuristas. No entanto, foi em Alien, o Oitavo Passageiro que o artista ganhou sua fama.
Giger foi o responsável pela criação do Xenomorfo, a criatura extraterrestre da franquia Alien que marcou para sempre a história da cultura pop e do cinema, e rendeu-lhe um Oscar.
O artista possui hoje um museu localizado no Castelo St. Germain, no coração da pitoresca cidadezinha de Gruyères, em Friburgo, na Suíça. Seu trabalho continua a ser fonte de inspiração para artistas, escritores e cineastas interessados em explorar o lado sombrio e o desconhecido da imaginação humana.
Obras e legado de H.R. Giger
Alien, o oitavo Passageiro não foi o único grande trabalho do artista na cultura pop. Além dos seus muitos quadros, o artista também ajudou em outras produções cinematográficas, como o filme A Experiência, de 1995. Além disso, Giger também foi o responsável pelas criaturas do longa japonês Tokyo: The Last Megalopolis, e dos longas Prometheus e Poltergeist II.
Giger iria trabalhar com Alejandro Jodorwski na adaptação de Duna, no entanto, o filme nunca aconteceu, embora existam documentários que mostram alguns dos trabalhos do artista no projeto. Porém, o projeto influenciou a série de quadrinhos do A Casta dos Metabarões, com arte totalmente influenciada por H.R. Giger.
Além do cinema, o Giger também trabalhou em diversas capas de discos, principalmente de Heavy Metal,. Os álbuns: Celtic Frost: To Mega Therion (1985), Danzing: Danzig III: How the Gods Kill (1992) e Carcass Heartwork (1993), são alguns dos mais conhecidos.
Vale lembrar também dos jogos Dark Seed e Dark Seed II, ambos com visual criado por Giger.
O artista também influenciou o visual do jogo Scorn (2022), um shooter em primeira pessoa com uma atmosfera e armas desenhadas com arte biomecânica, inspirada em Giger.
Essas são apenas algumas das muitas obras que o artista trabalhou e/ou inspirou. Ainda hoje, a ficção científica e o horror, tanto nos cinemas, séries ou quadrinhos, seguem utilizando a obra do suíço como inspiração.
A arte por trás do macabro
Embora a obra de Giger passe a sensação de desconforto, há diversos exemplos em sua coleção que demonstram que há arte até mesmo por trás do macabro.
Giger, com suas sombras e cores sóbrias, frias e melancólicas, consegue passar um aspecto do mórbido e do macabro, mas sem deixar de encantar a sutileza dos detalhes em obras que vão além da percepção e do entendimento humano.
O estilo característico da arte de Giger nos desprende do realismo e propõe-nos uma nova abordagem de como podemos enxergar as coisas. Sua arte nos revela como as nossas realidades são construídas e destruídas, como nada somos diante da vastidão de tudo ao nosso redor. Somos criaturas frágeis e rastejantes em um processo de metamorfose, protegidas pelo invólucro do nosso ego. Somos parte de uma só coisa interligada em todas as outras.
Tudo isso sob a ótica de um dos maiores gênios do design futurista: H.R. Giger.
Conheça a franquia Alien e um pouco mais do trabalho de Giger: