Cinebiografias de astros da música já temos aos montes: Johnny & June, Bohemian Rhapsody, Rocketman e por aí vai. Mas agora chegou a hora do rei do rock: Elvis Presley.
O tão aguardado filme do cantor teve sua première no Festival de Cannes 2022, ovacionado por mais de 10 minutos após a exibição. Mas, afinal, como será essa cinebiografia e o que exatamente deve deixá-la tão vívida em nossas memórias?
Para responder isso, hoje vamos te dizer tudo o que você precisa saber antes de assistir Elvis.
A influência de Elvis Presley
É claro: você sabe quem é o Elvis. Seus pais sabem quem é Elvis. Da mesma forma, seus avós também devem saber. Mas é interessante apontar que Elvis não foi o primeiro a cantar nesse estilo rock and roll; assim, ele não pode ser creditado como o precursor.
Contudo, sua versão dessa nova música tornou-se amplamente popular no início da década de 1950. Ele espalhou o rock por todo o seu país, tornando-o acessível para um grande público, principalmente para os adolescentes. Nesse sentido, ele inovou na forma com que produziu uma forte influência na cultura jovem.
Os adolescentes dessa época começaram a se considerar diferentes da geração de seus pais. Eles acabavam desfrutando de uma renda que podiam gastar consigo mesmos em vez de contribuir para a família; assim, iam a filmes que apresentavam estrelas de sua geração e ouviam músicas que os atraíam.
Portanto, não foi uma surpresa quando o rock and roll de Elvis, seu penteado e seu senso de moda se tornaram parte dessa nova cultura. E, afinal, como alguém não ficaria fascinado com sua performance exageradamente contagiante? Com seus movimentos corporais enfatizando as batidas das músicas? Além disso, sua forma única, sensível e bem entonada de cantá-las, sempre fizeram dele um ícone cultural.
Austin Butler, o protagonista
Por incrível que pareça, o intérprete do Elvis, Austin Butler, se tornou conhecido através de vários papéis no Disney Channel e Nickelodeon. Ele apareceu em: iCarly, Os Feiticeiros de Waverly Place, Zeke e Luther e Zoey 101.
É interessante como seus papéis se tornaram mais sérios com o tempo, onde ele começou a aparecer em programas como CSI: Miami, CSI: New York, Arrow e Masters of the Air. Mas é claro que um dos maiores sucessos de sua carreira foi o nono filme de Quentin Tarantino, Era uma Vez em… Hollywood, em que ele interpreta o hippie Charles ”Tex” Watson.
Em julho de 2019, surgiram notícias de que ele teria sido escolhido para interpretar Elvis na cinebiografia de Baz Luhrmann, fazendo dele a grande estrela do projeto. E esse era um papel muito disputado, que até Harry Styles e Milles Teller acabaram perdendo. Então, se Butler foi escolhido, com certeza foi por um excelente motivo.
Quando iniciou esse processo, o próprio Butler decidiu que sua voz deveria ficar idêntica a de Elvis. Sim, ele fez treinamento vocal e realmente canta durante o filme! É claro que, em uma versão mais velha de Elvis, ele não poderia emular de forma tão eficaz quanto sua versão mais jovem e enérgica; por isso, nos últimos anos do cantor há uma mixagem das vozes, trazendo a verdadeira também.
Butler entende a responsabilidade desse papel e o estudou minunciosamente, vendo os antigos shows repetidamente.
Os pontos abordados da vida de Elvis
Este é um filme que condensa a vida de Elvis em 159 minutos. Iremos desde a sua descoberta na Sun Records, em 1954, às excitantes explosões culturais de seus primeiros shows ao vivo, até a sua reinvenção em Las Vegas na década de 1970.
Em sua juventude, teremos ele se identificando com a música, com os ritmos do Black Gospel e os cantores de Blues que visitavam os bares locais. O filme fará questão de abordar o encanto que o público tinha por esse jovem incomum, com uma presença de palco invejável e uma voz angelical.
Ainda sim, irá ocorrer uma dramatização de sua ascensão e queda, mas de uma versão menos conhecida: a de seu enigmático empresário, o coronel Tom Parker, interpretado por Tom Hanks. Teremos essa discussão entre o ”Elvis, o homem” e o ”Elvis, o mito”, do ponto de vista do homem que vendeu ambos.
A narração de Parker adiciona outra camada à experiência, afinal, ele é um narrador não confiável. Que inclusive, foi acusado de sabotar a carreira do cantor e aplicar um golpe em sua fortuna.
Baz Luhrmann nos mostrará a América nos anos 50, 60 e 70, e como Elvis estava no centro da cultura, para o bem e para o mal. Assim, seu tempo no Exército, seu casamento com Priscilla Beaulieu e seus anos no cinema como um galã de Hollywood também serão mostrados.
A linguagem de Baz Luhrmann
Baz Luhrmann é um cineasta de extrema autenticidade. Em filmes como Moulin Rouge e O Grande Gatsby, ele utiliza de um estilo extravagante, vigoroso e festivo, visto que isso é essencial quando ele vai explorar uma boate francesa ou a festa de um milionário tentando capturar a atenção de um amor perdido.
Parte da crítica internacional afirma que o filme é muito além de uma cinebiografia tradicional, fugindo de uma fórmula segura. É uma inovação em linguagem, que traz o lúdico de tom teatral, uma mistura em gêneros e trilha e, claro, o espetáculo visual que um filme de Luhrmann poderia ser: tendo ritmo, vibração e estando à altura do Rei do Rock.
Inclusive, a família de Elvis Presley aprovou o filme. A ex-esposa dele, Priscilla Presley, disse que essa história foi contada de forma brilhante, com o tom artístico que só Luhrmann poderia entregar; além de rasgar elogios à ”excelente atuação de Austin Butler”. Já a única filha de Elvis, Lisa Marie Presley, está igualmente satisfeita com a interpretação, dizendo que ele canalizou e incorporou lindamente o coração e a alma de seu pai.
Quais são as suas expectativas para esse filme tão ambicioso e, aparentemente, tão apaixonado?
Deixe nos comentários e não perca a chance de assistir na tela grande. Elvis estreia em 14 de julho.