Dirigido por Matthew Vaughn, X-Men: Primeira Classe surgiu como a ideia de dar uma nova roupagem para os X-Men, mostrando o ponto de partida da equipe e tendo um maior aprofundamento em alguns personagens já conhecidos.
No filme, durante a Guerra Fria, os mutantes Charles Xavier (James McAvoy) e Erik Lehnsherr (Michael Fassbender) se conhecem. Apesar de suas origens muito diferentes, os dois se tornam grandes amigos. Enquanto o mundo está à beira de uma guerra nuclear, eles unem forças com outros mutantes, porém, com objetivos diferentes.
X-Men: Primeira Classe e sua quase repaginação
Desde o início, é interessante ressaltar que o filme possui um único problema: quando o analisamos dentro do cânone, ele está repleto de contradições. A melhor decisão que poderiam ter tomado a partir desse filme, era torná-lo um reboot. Afinal, haveria liberdade nos caminhos seguidos.
Contudo, no filme seguinte, é confirmado que ele faz parte da mesma linha do tempo da primeira trilogia, porém, no passado. E o filme toma suas próprias decisões, que interferem diretamente no que já foi estabelecido dentro do universo, deixando a cronologia extremamente desconexa.
Como, por exemplo: Charles e Raven cresceram juntos e mal dialogavam nos eventos da primeira trilogia? Charles e Magneto, já idosos, foram atrás de Jean enquanto Charles andava? A Moira, que está nesse filme, não deveria estar idosa em X-Men 3? Em X-Men, Charles diz que ele e Magneto construíram o cérebro juntos, mas, aqui, o Fera é quem projetou.
No entanto, a falta de planejamento se destaca quando analisamos a totalidade da saga, que se repete várias vezes. Agora, como filme isolado, carregando a responsabilidade de contar uma boa história de origem e com bons personagens, o filme acerta precisamente. E é isso que devemos levar em conta, o filme por si só, já que, existe muita substância a ser ressaltada.
Os velhos novos acertos
Mais uma vez, somos presenteados com uma excelente relação entre Charles e Erik. James McAvoy é um Xavier mais jovem e solto, mas, correto em seus ideais. Enquanto Michael Fassbender é um Magneto nutrido por vingança, descobrindo mais facetas de si. O aprofundamento desse personagem é muito significativo na trama.
Os novos personagens são interessantes, há motivo para eles tomarem as atitudes que tomam. Há motivo para a reunião deles e a ruptura da mesma. A forma com que o filme desenvolve a dinâmica desses personagens é muito feliz, a montagem se destaca muito positivamente nesses momentos de introdução e crescimento dos mesmos. Até chegarmos na hipnotizante batalha final, repleta de investimento emocional.
Colocar a Guerra Fria como palco para os eventos desta história, se tornou uma excelente decisão. Afinal, faz sentido com a proposta de ameaça desse filme e os eventos que isso desencadeariam para o futuro. Em momento algum, o filme se torna chato ou cansativo, as coisas andam como deve andar e nos importamos com o que está acontecendo.
Ainda existe o excelente debate de aceitação, que é melhor atribuído a personagem Mística. Mesmo assim, há doses pontuais de humor e diversão. É interessante também, como o filme consegue impactar sem necessariamente ser violento, apenas construindo uma boa tensão, mostrando reações e tendo grandes cargas de dramaticidade.
Portanto, X-Men: Primeira Classe não tem medo de ser colorido, ele consegue trazer o espírito de um quadrinho. É bem balanceado, sabe falar sério quando precisa e garante o nosso divertimento. Certamente, um filme feito com muito amor e carinho, trazendo ótimas contextualizações e bons personagens!
A Avaliação
X-Men: Primeira Classe (2011)
X-Men: Primeira Classe não tem medo de ser colorido, ele consegue trazer o espírito de um quadrinho. É bem balanceado, sabe falar sério quando precisa e garante o nosso divertimento.
Detalhes da avaliação;
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Nota