O “conto de fadas” de Sean Baker colocou Anora (Mikey Madison) em uma situação impossível, e ela nos fez rir e nos emocionar ao longo de todo o filme.
Anora conta a história de uma trabalhadora do sexo do Brooklyn que conhece um jovem chamado Vanya (Mark Eidelstein), um visitante russo. Ele paga para dormir com ela, e os dois passam uma semana juntos antes de decidirem se casar. Enquanto Anora acredita estar vivendo o conto de fadas pelo qual esperou, logo descobre que Vanya não é o homem que ela imaginava.
Grande parte do filme gira em torno de Anora presa em um carro com pessoas que trabalham para os pais de Vanya, a caminho de encontrá-los. Ela briga com Igor (Yura Borisov), o insulta e ainda acredita que, no fim do dia, ficará com Vanya.
O que torna Anora tão cativante de assistir é Mikey Madison. Ela incorpora essa jovem acostumada a fazer os outros se sentirem bem, e quando finalmente encontra sua própria felicidade, tenta agarrá-la com todas as forças. Anora nunca parece rasa, ela é uma personagem que teve que lutar por tudo na vida.
A princípio, podemos pensar que a história de Anora é sobre ganância ou sobre uma mulher que busca dinheiro para fugir de sua realidade. Vanya parece ser o bilhete de saída. Mas, na verdade, Anora brilha ao mostrar a dificuldade da protagonista em compreender o amor genuíno, em vez de apenas aceitar o que julga ser amor vindo de Vanya. Quando a vemos presa em um carro, buscando um homem que a abandonou, conseguimos sentir a dor que a consome.
Mikey Madison está perfeita
Um filme como esse poderia facilmente soar gratuito, mas a interpretação de Madison traz uma tristeza genuína para a personagem. Anora não parece odiar sua vida como dançarina e trabalhadora do sexo, mas vemos como a promessa de “algo mais” a domina. Esse momento de esperança genuína ao lado de Vanya torna o terceiro ato ainda mais devastador.
Quando Igor, Toros (Karren Karagulian) e Garnick (Vache Tovmasyan) a forçam a viajar com eles para encontrar Vanya, acompanhamos como ela perde lentamente a esperança de que ele realmente a ama. No final do filme, ela está sozinha e de volta ao ponto de partida, mas nasce entre ela e Igor uma compreensão mútua que leva a um dos desfechos mais comoventes da temporada de premiações.
A visão de Baker sobre uma mulher como Anora é algo realmente especial. Ela poderia facilmente parecer superficial ou desesperada, mas Madison nos entrega uma personagem já plenamente formada desde a primeira cena. O que acompanhamos é sua jornada de autodescoberta e reconhecimento de seu próprio valor. Ela é alguém que não entende o que o amor pode ser, e Anora nos deixa de coração partido, mas também com esperança de que a protagonista possa encontrá-lo além do turbilhão que foi sua relação com Vanya.
Sem dúvida, é um dos destaques do segmento de produções reconhecidas em cerimônias e uma obra que permanecerá com você por muito tempo.
A Avaliação
Anora (2025)
A jornada de Anora é cativante e comovente, com Mikey Madison brilhando em um dos filmes mais impactantes da temporada de premiações.
Detalhes da avaliação;
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Nota