Criada por Mark Frost e David Lynch,Twin Peaks é uma série de televisão americana de mistério que, com sua influência, serviu de inspiração à muitas outras que vieram depois. Com duas temporadas emitidas pela ABC, e um filme, lançados no início na década de 90, diversos fatores contribuíram para a atenção do público com esse universo. A narrativa se expande para além de um mistério sobre assassinato, mas que em um tom surreal com elementos sobrenaturais e a representação melodramática de personagens singulares, deixa a obra com uma atmosfera de terror provocadora.
A série ganhou uma legião de fãs e tornou-se referenciada em uma ampla variedade de mídias. Ela se mostra frequentemente listada entre as maiores séries de televisão de todos os tempos, sendo considerada um ponto de virada marcante no drama televisivo. Por isso, hoje vamos relembrar toda a mística de Twin Peaks e o que a tornou um ícone da televisão.
Quem matou Laura Palmer?

Logo na abertura, somos maravilhados com a composição original de Angelo Badalamenti, que rapidamente se estabelece no nosso imaginário e se encaixa perfeitamente no tom noventista da série. Da maneira que as imagens são mostradas e somos ambientados nessa cidade pequena, somos transportados para essa época de imediato. Mas, afinal, qual é a história a ser contada?
No ano de 1989, o madeireiro local Pete Martell (Jack Nance) encontra um cadáver nu enrolado em plástico na margem de um rio fora de Twin Peaks. Quando o xerife Truman (Michael Ontkean), seus deputados e um médico chegam, o corpo é identificado como o de Laura Palmer (Sheryl Lee), aluna do último ano do ensino médio e rainha do baile. Assim, o agente especial do FBI Dale Cooper (Kyle MacLachlan) é chamado à cidade para investigar. O exame inicial de Cooper do corpo de Laura revela uma minúscula letra “R” digitada inserida em sua unha. Cooper informa à comunidade que a morte de Laura corresponde à assinatura de um assassino que matou outra garota no sudoeste de Washington no ano anterior, e que as evidências indicam que o assassino mora em Twin Peaks.
As autoridades descobrem através do diário de Laura que ela vivia uma vida dupla. O pai de Laura, o advogado Leland Palmer (Ray Wise), sofre um colapso nervoso após sua morte. Nesse tempo, muitas tramas paralelas ocorrem em simultâneo, como, por exemplo, o hoteleiro Ben Horne (Richard Beymer), o homem mais rico de Twin Peaks, que planeja destruir a serraria da cidade junto com a proprietária do local, Josie Packard (Joan Chen), e assassinar sua amante, Catherine Martell (Piper Laurie).
O surrealismo inigualável

Uma das maiores características da série se deve à atmosfera inquietante do Black Lodge. Esse ambiente é pequeno, mas passa a sensação de ser infinito, sendo marcado por cortinas vermelhas, tapetes que brincam com a nossa percepção e clones malignos (Doppelgängers)de personagens que conhecemos. Nada disso faz sentido e, tudo fica mais estranho quando os personagens falam frases desconexas, em uma sonoridade que se assemelha a um disco sendo rodado ao contrário. Quem são esses? O que é esse lugar? Isso é real? Essas questões criadas, mas que nem sempre respondidas, são fascinantes.
Tudo começa sendo um sonho esquisito de Cooper. E ele crê firmemente que irá a solucionar o caso de Laura com as pistas que aparecem nesses sonhos. Mike (Al Strobel), um ser de apenas um braço, aborda Cooper num dos sonhos e revela que o assassino de Laura é uma entidade chamada BOB (Frank Silva), um homem selvagem vestido de jeans com longos cabelos grisalhos.
Nesses devaneios, Cooper também se vê décadas mais velho com Laura, além de um anão vestido com terno vermelho que frequentemente se envolve em diálogos codificados com ele. O curioso é que todos nesse local soam extremamente suspeitos, como se soubessem de algo que nem Cooper e nem nós sabemos.
Todos os momentos mais importantes da série acontecem nessa onda surrealista. É aqui que os momentos mais originais e aterrorizantes da série estão. Esses aspectos se mostram verdadeiramente assustadores devido ao fator espantoso do desconhecido. E como complemento visual, o uso frequente de flashes funciona como uma espécie de alerta.
Rumos questionáveis

O sucesso na TV foi tão grande que todos ficaram com um nó na cabeça por não saberem desvendar o mistério da série. E o desejo criativo era realmente manter a identidade do assassino por mais tempo. Porém, as ligações de fãs desesperados para saber quem tinha matado Laura para a emissora fizeram com que uma segunda temporada se tornasse inevitável.
Então, conforme a segunda temporada avançou, os 22 episódios se mostraram mais do que desnecessários. E isso não é culpa dos roteiristas e diretor propriamente ditos. A vibração sombria e sobrenatural se esvaiu em histórias paralelas e exageradas que não tinham fundamento ou substância. Lynch culpa principalmente a ABC, pois eles pressionaram o cineasta a revelar o assassino de Laura muito antes do planejado, o que acabou levando a diferenças criativas e ao hiato temporário do artista durante grande parte da segunda temporada. Assim, a temporada deslancha após a grande revelação e só volta a ganhar força no final. O segmento que certamente mais incomoda se deve ao arco de James (James Marshall) se envolvendo em furadas com sua motocicleta. Ou a insuportável Nadine (Wendy Robie) e sua perda de memória.
A parte interessante da história começa com Cooper ferido em seu quarto de hotel, após levar um tiro de alguém misterioso no fim da primeira temporada. Ele recebe a visão de um gigante (Carel Struycken) que aparece e o revela três pistas: “Há um homem em uma bolsa sorridente”, “as corujas não são o que parecem” e “sem produtos químicos, ele aponta”. O gigante tira um anel de ouro do dedo de Cooper e explica que quando Cooper entender as três premonições, será devolvido.
Leland Palmer, agora com o cabelo grisalho, volta ao trabalho, mas se comporta o tempo todo de forma irregular. Enquanto isso, a antiga colega e naturalmente curiosa Donna (Lara Flynn Boyle), faz amizade com um orquidófilo agorafóbico chamado Harold Smith (Lenny Von Dohlen), a quem Laura confiou seu segundo diário secreto. Harold pega Donna e sua amiga Maddy (Sheryl Lee) tentando roubar o diário dele e se enforca em desespero. Cooper e o departamento do xerife tomam posse do diário secreto de Laura e descobrem que BOB, um amigo de seu pai, a abusava sexualmente desde a infância e ela passou a usar drogas para lidar com isso.
A resposta que todos queriam

Ben Horne se torna um grande suspeito e é até preso, contudo, Leland Palmer é revelado aos telespectadores como o hospedeiro de BOB quando mata Maddy, a prima de Laura também interpretada por Sheryl Lee, que foi morta por lembrar fisicamente Laura, ou seja, está acontecendo de novo. Cooper começa a duvidar da culpa de Horne, então ele reúne todos os seus suspeitos na crença de que receberá um sinal para ajudá-lo a identificar o assassino. O Gigante aparece e confirma que Leland é o hospedeiro de BOB e o assassino de ambas as garotas, devolvendo a Cooper seu anel.
Cooper e Truman levam Leland sob custódia. Ainda controle do corpo de Leland, BOB admite uma série de assassinatos, antes de forçar Leland a cometer suicídio. Quando Leland morre, ele se liberta da influência de BOB e implora por perdão em um dos momentos mais tocantes da série. Dessa forma, o espírito de BOB desaparece na floresta na forma de uma coruja.
Já o longa prequela da série, intitulado de Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura Palmer mostra detalhadamente tudo aquilo que sempre ouvimos e descobrimos na série, sendo um dos melhores filmes do David Lynch e trazendo um dos finais mais apoteóticos de sua filmografia. Essa história só acrescenta camadas à Laura Palmer e ilustra sua morte da maneira brutal e surrealista possível.
”Te vejo em 25 anos…”

Aqui, descobrimos que a pessoa que atirou em Cooper ao fim da primeira temporada foi Josie Packard. Essa personagem morre misteriosamente quando Truman e Cooper tentam prendê-la, bizarramente virando uma maçaneta. Nesse tempo, Annie Blackburn (Heather Graham) chega à Twin Peaks e Cooper se apaixona pela moça. Windom Earle (Kenneth Welsh), ex-mentor de Cooper e parceiro do FBI, foge de uma instituição mental e chega à cidade. Cooper já havia tido um caso com a esposa de Earle, Caroline, enquanto ela estava sob sua proteção como testemunha de um crime federal.
Earle assassinou a esposa e feriu Cooper. Agora, Cooper acaba sendo jogado em um jogo de xadrez distorcido por Earle, visto que a cada nova peça movida alguém morre. Investigando a origem e o paradeiro de BOB com a ajuda do Major Garland Briggs (Don S. Davis), Cooper descobre a existência do White Lodge e do Black Lodge, dois reinos multidimensionais cujas entradas estão em algum lugar na floresta ao redor de Twin Peaks. Quando Annie vence o concurso de Miss Twin Peaks, ela é sequestrada por Earle e levada até a entrada do Black Lodge, que almeja somente pelo poder. Por meio de uma série de pistas, Cooper descobre a entrada do Black Lodge, que acaba por ser o estranho quarto com cortinas vermelhas de seus sonhos.
Lá, ele é saudado pelo Homem de Outro Lugar (Michael J. Anderson), o Gigante e Laura Palmer, que dão mensagens enigmáticas a ele; Laura diz para Cooper que ”o verá novamente em 25 anos, mas enquanto isso…” Procurando por Annie, Cooper se depara com os tais clones malignos de várias pessoas, incluindo Maddy e Leland. Cooper acaba encontrando Earle, que exige sua alma em troca da vida de Annie. Cooper concorda, mas BOB aparece e leva a alma de Earle para si.
A inevitabilidade cancelamento

BOB se vira para Cooper, que é perseguido pelo chalé pelo clone de si mesmo. Cooper e Annie reaparecem na floresta, ambos feridos. Annie é levada para o hospital, mas Cooper se recupera em seu quarto no Great Northern Hotel. Fica claro que o Cooper que saiu do Black Lodge é, na verdade, seu clone maligno, sob o controle de BOB. Ele bate a cabeça no espelho do banheiro e ri loucamente. E dessa forma, a temporada se encerra.
Previsivelmente, a audiência do programa começou a diminuir constantemente. Afinal, não havia mais mistério de assassinato. Além disso, pelo fato da série estar sujeita a uma reorganização do horário, os 15 episódios subsequentes foram interrompidos por notícias sobre a Guerra do Golfo. Nesse ponto, entre uma combinação de pontas soltas, intervalos de tempo inconsistentes, uma guerra televisionada e o conteúdo desconcertante do programa o cancelamento foi inevitável. Embora tenha sofrido hiatos e o diretor tenha retornado ao fim, o destino já estava certo.
25 anos depois…

Depois do desfecho da segunda temporada, seria criminoso não ter algum tipo de continuação, afinal, era muito injusto encerrar a história daquela maneira. A terceira temporada de Twin Peaks, enfim, foi anunciada em 2014 como uma série limitada que iria ao ar no Showtime. Tanto Lynch quanto Frost escreveram todos os 18 episódios, e Lynch os dirigiu. Essa nova temporada continua os acontecimentos das duas originais, e também do filme, que se torna primordial em diversos momentos. Também sendo considerada um especial, a temporada é conhecida popularmente por Twin Peaks: o Retorno. Deste modo, muitos rostos do elenco original estão de volta, enquanto outros, não. Assim como Laura previu, voltamos a Twin Peaks 25 anos depois.
Em 2017, o agente Cooper permanece preso no Black Lodge e prepara seu retorno ao mundo. O clone mora na casa de Cooper e tenta evitar seu próprio retorno iminente ao Black Lodge com a ajuda de vários associados. Enquanto isso, o misterioso assassinato de um bibliotecário na Dakota do Sul atrai a atenção do vice-diretor do FBI Gordon Cole, interpretado comicamente pelo diretor da série. Nesse período, Log Lady (Catherine Coulson), uma personagem recorrente nas temporadas anteriores, traz mensagens aos membros do Departamento do Xerife de Twin Peaks. Então, as investigações sobre os eventos que cercam o assassinato de Laura Palmer voltam à tona.
Em simultâneo que voltemos a este universo e personagens, a história decide explorar outras facetas que não necessariamente são o que queríamos ver, fazendo muito daquilo ser complexo aos olhos e difícil de digerir. O Cooper, por exemplo, demora a aparecer do jeito que o conhecemos. Mas tudo acaba envolvendo a grande temática da carreira de desse cineasta tão autêntico: o equilíbrio entre trevas e luz. Mas, muitas vezes, isso se mostra encenado de maneira aleatória com personagens desconhecidos em locais fora da cidade. Não é desnecessário, mas extenso e tende a causar incômodo.
”Eu não vou falar sobre Judy”

Aqui, temos a confirmação de quem é a verdadeira figura antagônica da série: Judy. Antes de seu desaparecimento, Phillip Jeffries (David Bowie) disse a seu superior Gordon Cole que estava seguindo uma pista sobre Judy. Em 1987, ele perguntou por “Miss Judy” no hotel Palm Deluxe em Buenos Aires. O recepcionista lhe entregou uma carta que “a jovem” havia deixado para ele.
Durante sua aparição repentina na sede do FBI em 1989, Jeffries inicialmente declarou a Cole que não queria falar sobre Judy, mas depois enfatizou que ela estava “positiva sobre isso”. O major Briggs compartilhou sua descoberta de Judy com os agentes Cole e Cooper, e os três elaboraram um plano para rastreá-la. Contudo, tanto Briggs quanto Cooper desapareceram em 1989, deixando Cole incerto sobre como, ou se, o plano estava se desenrolando.
Na parte 8, vemos Judy “vomitando” um orbe contendo BOB. Em tese, ela é uma entidade maligna que existe exclusivamente para espalhar o caos. Ela seria responsável não só por dar origem ao assassino de Laura Palmer e catalisador da série como um todo, mas também, de outras entidades da Black Lodge.
Judy também é o espírito maligno que possui Sarah Palmer (Grace Zabriskie). A dor que Sarah carregou ao longo dos anos desde o assassinato de Laura pode tê-la tornado madura para uma entidade tão forte como Judy se alimentar. E isso gera um pressuposto muito interessante: quando o Cooper está no Black Lodge e Laura Palmer se aproxima e sussurra algo, ela disse “meu pai me matou”. Essa cena veio a acontecer novamente na terceira temporada, mas agora ela teria dito “minha mãe me matou”.
A origem de tudo

Após o teste nuclear Trinity de 1945 em White Sands, Novo México, o teste atômico na permitiu com que Judy expusesse BOB ao mundo. Pela série, sabemos que as entidades negativas sempre tiveram acesso ao mundo através de inúmeros portais. É provável que o teste Trinity tenha aberto um novo portal usado por Judy. Existem muitos desses portais, e foi assim que Phillip Jeffries a conheceu em Buenos Aires.
Vendo isso do White Lodge, que é ambientado em uma espécie de cinema retrô ilustrado num filtro preto, O Gigante e a Senorita Dido enviam uma esfera de ouro contendo a imagem de Laura Palmer para a terra. O White Lodge é habitado somente pelos seres bons, e foi ali que a figura mais crucial da série foi concebida. Dessa forma, descobrimos que Laura sempre fez parte do todo, e desde o princípio, seu propósito foi trazer o equilíbrio, de um modo divino, de fato.
Apesar de ter sofrido abusos, esconder segredos obscuros e ter um psicológico completamente destruído, a contraparte composta por sua pureza e bondade era o que enfraquecia todo o caos que os seres do Black Lodge causavam, principalmente Judy.
Então, Laura Palmer é muito além de uma vítima e sua importância é imensa. Ela é o ponto que entrelaça todas as histórias de Twin Peaks, dando algum sentido a elas. A sua existência possibilita com que o mal nunca prevaleça, pois mesmo que isso tenha sido tirado dela, toda a verdade e soluções foram desencadeadas a partir disso. E é por isso que todos batalharão por seu coração e sua alma.
Ela é a verdadeira heroína de Twin Peaks.
”Que ano é este?”

25 anos depois, o clone de Cooper encontrou Jeffries (curiosamente, agora uma chaleira gigante) e perguntou quem era Judy. Jeffries respondeu que já havia conhecido Judy e manifestou uma série de números de coordenadas. Dias depois, o verdadeiro Cooper visitou Jeffries, que lhe mostrou onde poderia encontrar Judy.
O símbolo encontrado na Caverna da Coruja flutuou para fora do bico de Jeffries e se transformou em um símbolo do infinito. Cooper, em uma explosão de eletricidade, é jogado para a floresta nos arredores de Twin Peaks, na noite de 23 de fevereiro de 1989 – a noite do assassinato de Laura Palmer.
Em uma cena emocionante na qual o verdadeiro Cooper encontra a verdadeira Laura, ela diz que já o viu em um sonho; enquanto ele, diz que agora ela finalmente voltará para casa. Cooper altera toda a história de Twin Peaks. Ele tenta levá-la a um portal na montanha Blue Pine, mas ela misteriosamente desaparece.
Viajando para Odessa, Texas, ele se depara com uma cafeteria chamada Eat at Judy’s. Cooper mais tarde conhece uma das garçonetes do Judy’s, Carrie Page, que ele acreditava ser, na verdade, Laura Palmer. Com essa alteração drástica consequente de viagem no tempo, o objetivo final de Cooper em Twin Peaks pode ter sido tentar derrotar Judy salvando Laura. Contudo, ao que indica o final, Judy furiosamente jogou Laura em outra realidade após a interferência de Cooper. Quando Cooper a encontra, ele leva ela à sua antiga casa para reencontrar sua mãe. Mas seu nome não é mais Laura Palmer, sua família nunca morou em sua antiga casa e tudo termina com Cooper questionando em que ano eles realmente estão.
Ao fim do episódio, uma voz chama por Laura dentro da casa e ela se lembra de quem realmente é, gritando só como Sheryl Lee gritaria. E por fim, a energia acaba. Até hoje, esse final não ficou claro. O que isso significa? O fato da pessoa que atendeu a porta de sua casa ser de fato a moradora daquela casa no mundo real possibilita com que Judy tenha jogado Laura na nossa realidade? Que ano é este?
Temos mais um cliffhanger que talvez nunca tenha uma resposta. Ou só daqui a 25 anos.
A conclusão de um ícone atemporal

Portanto, Twin Peaks é a prova que David Lynch é, realmente, um gênio. E como essa obra-prima em parceria com Mark Frost revolucionou a televisão para sempre. Ao explorar a guerra metafísica de uma batalha contra o sobrenatural em uma pequena cidade, essa série fez uma de suas inovações mais profundas: incorporar o surrealismo à forma de televisão. Desde então, outros programas seguiram essa linha do mistério com propensão para momentos alucinantes, como por exemplo: Arquivo X, Fringe , The OA e The X-Files e, até mesmo, Stranger Things.
As perguntas não respondidas trazem o lado atrativo (e frustrante) do mistério, em que o desconhecido permanece desconhecido e cada vez mais estranho. As complexidades, frases e acontecimentos bizarros com personagens que rapidamente se instauram no nosso imaginário, torna tudo aberto a inúmeras interpretações.
Ninguém nunca vai saber qual é a intenção racional de Twin Peaks, mas todos sempre vão lembrar de como esse estilo abstrato, impactante e original provocou as emoções mais genuínas em quem assistiu. E essa obra-prima continuará sendo lembrada daqui a 25 anos!